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Já era tarde da noite, e Bexter havia acabado de pegar no sono, a garota tinha esperado por alguma resposta de Aaron, porém como não encontrou, tudo que lhe restou foi dormir, e torcer para que tivesse dado tudo certo.

Depois daquela despedida um tanto cômica e dramática na janela mais cedo, Aaron brigou seriamente com Rick.

Discussão essa que acarretou em gritos, e berros de um bêbado velho e desleixado.

Aaron estava mais do que irritado, estava totalmente fora de sí, e com isso, não houve outra alternativa a não ser beber.

E apenas beber.

Deitado no chão do quarto com uma garrafa de whisky ao seu lado, Aaron bebia preguiçosamente, virando a garrafa sobre os lábios a cada minuto.

Ele odiava beber, porque se sentia semelhante a Rick, mas hoje ele precisava. Sentia que precisava relaxar antes que explodisse.

Falando coisas sem sentido, o garoto um tanto bêbado, cantarola uma musiquinha infantil, a qual sua mãe havia o ensinado quando criança.

A canção o lembrava paixão.

Aaron começou a apontar para o teto enquanto cantava, sem perceber, ele começa a olhar para a janela, enquanto cantava um trechinho.

── ... quem gosta de mim é ela, quem gosta dela sou ... ── Ele sussurrou baixinho, entortando o nariz para a próxima palavra. ── eu?

Droga, isso havia sido específico demais.

Bufando ele afunda seu rosto numa almofada que estava espalhada pelo chão.

Ele poderia... Só ver se ela estava bem, não é? Não lhe faria mal algum.

O garoto se senta, perdendo um pouco seus sentidos pela bebida.

Idéias e bebidas eram como uma linha tênue para Aaron, ambas distintas, mas quando se juntam... Droga, acontecia o que estava acontecendo neste exato momento, resultando em um garoto bêbado saindo pela escadinha de emergência de sua janela, com a intenção de subir a da casa ao lado.

Mas e se aquela janela em frente ao quarto dele não fosse a de Bexter? E se por acaso fosse a de seus avós?

Esse pensamento constrange Aaron, fazendo-o parar por alguns segundos, mas por fim pensou, que possivelmente valia o risco.

Precisava vê-lá. Mas por que, afinal?

Era uma necessidade estúpida como ele mesmo pensou, mas ele decidiu se convencer de que só estava checando a garota, e talvez até, pedir desculpas pela grosseria de mais cedo.

Se desequilibrando um pouco, ele percebe que quem estava tomando controle de suas ações não era mais a parte racional de seu cérebro.

Pulando no Jardim da casa da frente, Aaron corre pelo gramado verde, pousando sua mão na escada de emergência da casa a cima.

Suspirando ele começa a subir os degraus um pouco cambaleante.

Quer saber? Ele iria.

Sentou-se cuidadosamente sobre o batente da janela, e abriu-a com cautela. O quarto estava escuro, então Aaron silenciosamente, coloca um pé de cada vez para dentro do quarto, espremendo os olhos em meio a escuridão.

Quando ambos os seus pés pousam ao chão, ele se equilibra para dentro do quarto, deixando uma pequena frestinha da janela aberta, a qual refletia a luz da noite nebulosa.

A passos leves, ele tenta se movimentar pelo escuro, ainda um pouco desequilibrado pela bebida recente.

Seus olhos aos poucos se acostumam com a falta de luz, agora o garoto não enxergava mais tudo preto, podia ver sombras pelo quarto bem formado.

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