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── O que? ── A garota pergunta confusa, com a bandeja de biscoitos ainda em mãos.

Aaron solta um resmungo, e pega rápida, porém delicadamente, os biscoitos na mão de Bex, os colocando numa pequena mesinha que havia ao lado da porta.

── Perguntei se sabe dirigir. ── Ele repete a informação dada.

── Aah, ── Bex espreme os lábios um no outro. ── Um pouco só, ainda estou apren...

Antes que a garota pudesse terminar de falar, Aaron passa rapidamente por ela, caminhando até a casa vizinha, e esperando no portão de forma impaciente. Bex toma um choque de realidade e segue o garoto.

── Para onde vamos? ── Ela pergunta quando ambos adentram o carro de seu avô.

Certamente Bex nem comentaria com ele, até porque o carro era recente, e a garota nem carta tinha direito, então, seu avô não precisava saber dessa fuga tão cedo.

── Hospital. ── Aaron diz apenas, e a garota se vira para ele com um ar coberto de preocupação.

── Você está machucado? ── Ela começa a procurar algo de errado no corpo de Aaron, porém nada encontra.

── Não.

── Então alguém está machucado? ── Ela tenta novamente.

── Bexter, apenas dirigia.

Bex estava confusa, porque hoje cedo, o garoto estava mais colaborativo.

── Já adianto que não sei dirigir muito bem. ── Ela diz ligando o carro.

E é quando pisa no acelerador, que o carro dá um solavanco para a frente, fazendo Aaron entortar a cara em desaprovação. Era melhor que tivesse ido a pé, pensou ele.

── Ops, ── Bex murmura. ── Marcha errada. ── De seus lábios brotam um pequeno sorriso amarelo.

O caminho para o hospital estava indo um tanto assustador, com Bex andando um pouco fora de seu lado na rua, e com Aaron rezando a cada cinco minutos por dois motivos;

1. Para que não morresse hoje por conta de um carro e uma garota desastrada e falante.

2. Que sua mãe resistisse até ele chegar lá.

Aaron suspira fundo, olhando para a janela a fora.

── Então... ── A garota começa e Aaron olha para ela brevemente. ── Quem está no hospital?

O garoto nada responde.

── Ele, ou ela está bem? ── Perguntou novamente, virando seu rosto um pouco para enxergá-lo.

── Aaron... ── Ela sussurra, e ele a olha de canto de olho.

── Não importa, Bexter. ── Ele realmente não queria tocar no assunto naquele momento.

── Importa sim. ── Diz num suspiro. ── Eu me importo.

Não era uma mentira.

Aaron segue calado, engolindo a sensação estranha que se apossou de seu peito.

Bexter encosta o carro.

── O que? Por que você...

── Me escute, Aaron. ── Ela pede autoritária. ── Para isso dar certo, eu preciso que você no mínimo me dê satisfação de quem vamos ver. Você não pode simplesmente me arrastar para um carro que nem é meu, e me fazer dirigir sem habilitação. Tudo bem que eu quis ajudar, mas é exatamente por essa razão que você deve me dizer o que eu preciso saber, porque estou fazendo por livre e espontânea vontade. ── Bex diz vermelha. Se acalma, e por fim repete o que outrora disse, ── Eu me importo.

GOOD BOYOnde histórias criam vida. Descubra agora