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Bex nunca se considerou uma pessoa enxerida, ela só apenas sempre estava no lugar errado e na hora errada, a qual alguém dizia coisas comprometedoras, que a deixava curiosa por mais.

E era exatamente isso o que acontecera outrora mais cedo.

A garota havia escutado a briga de Rick e Aaron. Claro que não propositalmente.

Na verdade, de manhã, ela cogitou em ir na casa dele se desculpar; sentia que ontem havia forçado muito a barra, e sua consciência ficou um tanto pesada. Ela se perguntara se ele não havia gostado.

Porém quando pensou em bater na porta, ouviu vozes nervosas vindo de dentro da residência, e com isso, ficou imóvel.

Ela não sabe ao certo porque ficou parada. Bex tinha a impressão de que seus pés haviam sido colados no chão, e talvez, apenas por precaução e segurança, ela ficou lá. Porque além do mais, se Rick machucasse Aaron, quem o ajudaria?

Quando ela ouve um som de ossos se chocando, abruptamente ela soube que alguém havia sido socado.

Seu coração deu um solavanco ao pensar em Aaron caído no chão com seu rosto ensanguentado, cogitou em abrir a porta, mas antes que isso pudesse acontecer, ela ouve passos correndo em sua direção.

Seus olhos percorrem pelo gramado, e logo ela se esconde rapidamente em um espaço um pouco apertado, mas que ficava entre o muro e a casa, esperando lá por breves segundos.

Até o ver.

Observou o garoto correr entre o gramado e sair pelo portão da casa, não pôde fazer nada, pois quando ela conseguiu sair do aperto do vão, ele já havia virado a esquina.

* * *

Aaron se encontrava frágil, depositando ambas as mãos na cabeça, e inclinando seu corpo para a frente, totalmente frustrado.

Sua mãe não havia melhorado. Quando chegou ao hospital, com os lumes chorosos, vermelhos e inchados, vários médicos estavam envoltos a maca de Susan, ela havia piorado, e definitivamente precisava de descanso terno.

Sendo assim, Aaron teve que voltar para sua casa, sem respostas e nem tão pouco soluções.

O abajur amarelado e surrado, estava despedaçado no canto do quarto, reação essa provocado por uma brecha de raiva vinda do garoto alheio.

Seus mirantes se chocam ante a tela do celular, causando um leve desconforto pela luminosidade excessiva.

Não podia ligar, não podia se comunicar. E isso o aborrecia.

Os médicos alegaram que por máquinas estarem interligadas em Susan, não era recomendável o uso do celular pela alta radioatividade, que poderia confundir e comprometer os testes.

Suspirando, Aaron desliga o celular. Era inevitável todo o seu desapontamento.

Ouvindo um barulho estranho vindo de sua janela, o garoto rapidamente se posiciona de pé, em alerta.

Relaxou ao notar pequenos cachos claros esvoaçantes, que se moviam vagarosamente conforme a garota subia e se posicionava na janela, se sentando logo em seguida.

Aaron rapidamente vira-se para a direção contraria da garota, escondendo e enxugando suas lágrimas. Porém era certo que em seu olhar, a tristeza era notável.

O garoto espreme seus lumes, tentando de forma falha cessar o choro.

── Aaron...? ── A voz de Bex fôra o estopim para que o garoto desmoronasse.

E então, uma série de soluços preencheram o quarto, fazendo com que o coração de Bexter se apertasse.

Aaron continuava na mesma posição de antes, mas seus ombros chacoalhavam conforme ruídos sôfregos o acompanhavam.

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