Capítulo 7

1.3K 153 14
                                    

3/3

Atena Milani

06 de setembro

Jackson abre a porta da casa e permito-me analisar cada canto da ampla sala. Um tom de ocre cobre as paredes altas, móveis pretos e um sofá creme grande e bem no meio do local. Uma televisão ocupa quase metade da parede e imagino se assistir filmes nela se assemelha a um telão de cinema. As escadas de vidro e tons de branco.

– Gostou? – Jackson pergunta e me assusto com sua voz bem atrás de mim. – Posso te mostrar a casa toda se quiser.

– É linda, eu adoraria ver tudo, sim – Respondo ainda maravilhada com os detalhes refinados do lugar. Uma dúvida passa pela minha cabeça e não penso muito antes de torná-la em palavras – Você não tem esposa?

Me viro de frente para ele para ouvir sua resposta. Um sorriso divertido estampa seus lábios.

– Não, Atena, eu não tenho uma esposa – Não sei porque, mas a forma como disse cada palavra devagar me intrigou ainda mais, me fez querer saber cada detalhe da sua vida.

– Esposo...? – Arrisco.

Dessa vez ele solta uma risada e balança a cabeça.

– Sou apenas eu. Apenas você e eu nessa casa

– Legal – Digo voltando a andar pelo piso brilhante, sem nenhuma manchinha ou sujeira que fosse. – Pode me mostrar o resto do lugar?

Jackson me guia em uma excursão pela casa. Passamos pela cozinha, a sala de jantar, ele apontou para pelo menos duas portas dizendo ser banheiros. Área de serviço, piscina, jardim e quartos de hóspedes. Jackson fez questão de mostrar cada canto da casa para mim. Passamos por uma porta preta, a única dessa cor e Jackson não para e nem diz o que tem atrás dela, simplesmente ignora como se não estivesse ali.

– O que tem atrás da porta preta? – Pergunto, não consigo conter minha curiosidade.

Ele para de andar e fica alguns segundos imóvel. Depois se vira lentamente e me encara por um tempo que pensei que duraria para sempre.

– Não é nada, apenas um quarto vazio onde guardo coisas.

– Posso ver?

– Um dia eu te mostro, Sweetheart, um dia.

***

Depois do jantar delicioso que Jackson preparou para nós com direito a sobremesa e um suco muito gostoso. Subimos para o andar dos quartos. Entro no quarto onde dormi ontem à noite e aonde minha mochila se encontra.

Jack me empresta uma toalha grande e macia e entro no banheiro para tomar um banho e relaxar os músculos doloridos pelo treino.

Somente depois de fechar o chuveiro percebo que deixei minhas coisas no quarto. Enrolando a toalha em volta de mim destranco a porta retornando ao quarto. Fico aliviada quando percebo que o quarto está vazio. Corro até minha mochila, e pela segunda vez no dia tenho certeza de que os deuses me odeiam. 

Quando estava em casa lembro-me de separar uma troca de roupa para amanhã e uma roupa para vestir antes de dormir. Aparentemente só as de amanhã vieram comigo. Não será a coisa mais confortável do mundo dormir com a calça jeans apertada e o suéter quente e sufocante, principalmente porque a noite aqui é bem quente, por conta do verão.

Sem mais opções além da roupa sufocantemente quente ou pedir se eu poderia usar a camisa da noite passada a Jackson. Resolvi ignorar a segunda opção e me contentar com minhas próprias roupas.

Voltando para o banheiro me seco e visto as peças em seguida. Escovo os dentes e saio do banheiro encontrando Jack sentado na beira da cama.

Meus passos parecem despertá-lo de seus profundos pensamentos. Quando ele me analisa franze os olhos em uma expressão confusa.

– Por que vestiu essas mesmas roupas, não está frio dentro da casa

Vacilo momentaneamente antes de lhe dizer a verdade

– Esqueci minhas roupas de dormir, eu posso jurar que havia as guardado na mochila, mas não as encontrei depois que sai do banho.

– Deveria ter pego uma de minhas camisas no armário – Diz apontando para atrás de si.

– Não me pareceu muito apropriado mexer em suas coisas – Respondo baixinho brincando com a barra grossa do suéter.

Jackson solta um xingamento baixinho e balança a cabeça como se estivesse pensando em algo.

– Você é tão fofa, minha nossa – Com um sorriso estampando seus lábios ele se levanta e logo volta com uma camisa em um tom de lilás.

Um sorriso surge no canto de meus lábios quando toco o tecido macio aceitando de bom grado

– Obrigada – Ficamos em silêncio por alguns segundos antes de eu resolver compartilhar uma coisa – Sabe de uma coisa? Lilás é minha cor favorita. Minha mãe costumava me trazer flores dessa cor sempre que voltava de suas viagens. Nos meses depois que ela morreu Apolo comprava um buquê e o colocava ao lado da minha cama, sempre que eu acordava nos dias seguintes sentia o aroma floral e me lembrava dela.

♥♥♥

Ti Avrò Per MeOnde histórias criam vida. Descubra agora