Capítulo 12

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Jackson

09 de setembro

Após levar Atena ao ensaio vou me encontrar com meu pai. Já fazem alguns dias que ele está me cobrando uma reunião e hoje se tornou inadiável.

– Finalmente se lembrou que tem pai, Jackson? – Ele profere assim que me vê, como forma de cumprimento.

– Depois de velho ficou sentimental, que bonitinho. Primeiro um casamento, agora carente por atenção. Fico pensando qual será o próximo passo – Digo me sentando na cadeira em frente a sua.

– Garoto insolente. Nem para te educar aquela lá serviu – Grunhe irritado e tenho que juntar todo meu alto controle para não iniciar uma discussão. Sei que é exatamente isso que ele quer.

– Espero que a esposa atual seja melhor que a primeira então.

O olhar que ele me dá deixa claro que não deixará o desaforada por isso mesmo, mas por hora decide ignorar meus comentários.

– Quando conversamos pela última vez me lembro de ter feito uma sujestão, então me diga.  – Murmura caminhando até o mini bar e enchendo um copo – Seguiu meu conselho?

– Você está falando do apelo que fez para que eu tivesse misericórdia do podre Moreli? É, eu tive pena dele, mas não acho que tenha me chamado aqui só para saber disso. Fale logo o que tem a dizer – Exijo olhando as horas e percebendo que se demorar muito não conseguirei buscar Atena hoje.

– Tem algum compromisso importante? – Pergunta parecendo notar minha impaciência. – Talvez com seu novo passatempo. Sabe que ouvi coisas bem interessantes nas últimas semanas.

Travo minha mandíbula já imaginando quais coisas ele ouviu e de quem.

– O fato de estar perguntando me sugere que você já sabe. Então se for só isso que tinha a dizer vou indo.

Me levanto para sair, mas algo que ele diz me chama atenção.

– É engraçado como o destino tem formas estranhas de unir as pessoas, você não acha? – Diz como quem não quer nada. Porém sei que meu pai nunca dá ponto sem nó.

– Onde quer chegar com isso? – Pergunto desconfiado.

– Nada demais, só fico pensando que é bem interessante que a garota ainda consiga ficar perto de você mesmo sabendo que os pais estão mortos por puro capricho seu...

– De que merda você está falando? Os pais dela morreram em um acidente.

– Foi mesmo um acidente? Pelo que me lembro foi birra de um moleque de 18 anos revoltado com a vida que resolveu mexer com as pessoas erradas no momento errado e isso custou a vida de mais de 2 mil pessoas. Se lembra disso?

– A seis anos atrás...

– Ah sim, você lembra – Ele sorri amargo. – Mas pelo visto a pobre criança não sabe

– Eu não tive culpa de nada daquilo! – Tento me justificar.

– Claro que não. Imagino que colocar fogo em 15 caminhões realmente tenha sido a porra de um acidente.

– Tudo aquilo foi culpa sua! Sua, daquele bastardo nojento e dessa puta que você chama de esposa! – Minha voz se altera e sinto meu coração bater mais rápido.

– Eu já disse para ter mais respeito quando se referir á minha esposa – Ele também se altera vindo em minha direção.

– Humm, engraçado. Pode me dizer quando foi que ela passou a merecer meu respeito? Aliás, nenhum de vocês três merece. Você é um maldito traidor de merda que matou a própria esposa! Luiza é só uma vadia assassina que não respeita o casamento alheio e o filhinho dela?– Gargalho. – É um mimado hipócrita que não tem culhão para assumir as próprias merdas.

Me viro novamente para ir embora, mas sou mais uma vez impedido por sua voz.

– Elliot ligou. O acordo que ofereceu foi babaca pra cacete – Meu pai diz como se eu me importasse com sua opinião sobre meus negócios. – Você tem condições de fazer melhor Jackson.

Sinto uma coisa estranha quando o ouço dizer meu nome. Uma sensação ruim. Quando Atena fala é tão puro... É bom.

– Se ele fosse homem suficiente para resolver as próprias merdas não estaria dependendo de mim. Ou se no mínimo tivesse coragem de falar na minha cara, talvez eu tivesse mais dó dele e ajudasse.

– Jack, não piore as coisas – Pede em um tom cansado. – Faça-me esse favor e fico te devendo uma.

O encaro surpreso, meu pai sempre preferiu perder um membro do corpo ao ter que dever algo a alguém.

– Puxa! Parece que a esposinha aprendeu direitinho a controlar. Só uma dica, eu tomaria cuidado, você sabe, dormindo ao lado dela nunca se sabe o dia de amanhã. Talvez eu vá ao seu funeral.

Sua expressão se torna raivosa, mas ele não diz nada. Sabe que ou engole o orgulho ou nada feito. Deixo que o bastardo apodreça nós problemas. Não é como se ele pudesse me atingir.

❤️❤️❤️

Revisei os últimos capítulos e cheguei a conclusão que pra essa história será melhor nesse formato de marcar o tempo com os dias específicos. Para vocês não se perderem no decorrer da história.

Ti Avrò Per MeOnde histórias criam vida. Descubra agora