Um conflito.

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Katsuki, Katsuki, não puxe o gatilho.

Katsuki, Katsuki, não afogue seu pai.

Katsuki, Katsuki, não bata na porta da família Todoroki.

Katsuki, Katsuki, o que você fez? Durante um surto, a vida do seu progenitor se desfez. Agora você bate suavemente na porta da casa do herói profissional Enji Todoroki, carregando o corpo morto nos ombros, com marcas de mão em seu pescoço, um filete de sangue escorrendo da boca de Ashan. Ashan Toruno, seu pai biológico.

Mitsuki Bakugou sofria abusos sexuais e psicológicos daquele desgraçado de cabelos castanhos penteados para baixo, se lembrava como ela abraçava forte o pequeno garotinho de 5 anos, dizendo “é para te proteger”. Não precisava de proteção! E provou isso no momento que asfixiou seu próprio pai até a morte.

Já havia conseguido sua “Licença Provisória de Herói” a 2 anos, tinha 18 anos e não estava patrulhando, então aproveitou pra fazer um crime e incriminar outras pessoas. Bem, no singular, outra pessoa, o alvo era o Todoroki pai.

Sabia do perigo que era ter que aparecer com esse caso para um pai ausente e desgraçado, ambicioso e orgulhoso, que faria de tudo para prender o loiro de 18 anos. Bufou, Endeavor era um saco. Logo viu o ruivo saindo da casa e o observando.

— Aqui, ó. Tá com a algema não? Não era pra tu me prender? — Pergunta descontraída e informalmente, notando o ruivo o olhar com desprezo.

— Jovem, eu te prenderia se não tivesse que aturar Aizawa pegando no meu pé. Mas eu sugiro que não me meta pelo menos no esconderijo desse corpo! — Esbravejou.

— Me deu uma boa ideia. — Entrou na grande casa, observando uma fonte jorrando água para todos os lados e caindo num laguinho que tinha ao redor dali. Sorriu, vendo os diversos bancos - semelhantes aos de praças - de um material branco, que parecia uma madeira pintada, que se encontravam do outro lado da fachada da moradia. — Casa bonita, Enji. — Como se fosse convidado a entrar, saiu arrastando o indivíduo morto pela grama, por sorte, não havia manchado de sangue nenhuma grama - medida - do piso de azulejos vermelhos e azuis que formavam um caminho traçado da porta de entrada, que havia passado minutos antes - e que ainda estava com o homem Todoroki mais velho parado -, até a porta de entrada interna da casa, onde dava acesso aos cômodos, como sala, cozinha, uma sala de “treinamentos”, um escritório de Endeavor e um banheiro. Logo na sala, uma escada conectava dois andares, onde havia cinco quartos enfileirados com várias portas de cores diferentes, e nesses quartos, um banheiro para cada.

Saiu do caminho de azulejos quando iria pisar em um vermelho, andando até um corredor ao lado da casa e observando a grama acabar de acordo com a distância de seus passos, dando espaço a um caminho de terra até um tanque de lavar roupas e uma máquina, também usada para lavar essas peças. Parou, olhando para cima, observando o lugar da janela do banheiro que se situava no quarto de Shoto, vendo que este estava fechado, então não iria perceber o cheiro de gente morta. Pegou uma pá ali perto e se virou para o ruivo, que fechava a entrada da casa e andava em direção ao loiro.

— Bem, agora dois pais abusivos podem conversar sem sair de suas casas. Que tal dar tchau para seu coleguinha? — Insinuou com uma voz macabra, começando a cavar um buraco na terra com o auxílio da pá. Alguns minutos depois, quando julgou que havia preparado o suficiente, bateu a pá do lado da cova que havia cavado, concluído sua dúvida. — Você enterrou outra coisa aqui, é? Não acho bem exemplar de um herói profissional, como irá se tornar o herói número 1 com tantos corpos mortos na sua casa? — Provocou, jogando seu próprio pai no buraco feito, voltando a jogar toda a terra com a pá até tampar tudo.

(Não) Me Deixe.Onde histórias criam vida. Descubra agora