Demônios à Espreita

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  Velórios sempre serão uma festa para demônios...


Ouço batidas na porta.

— A porta está aberta. — Resmungo, sem ao menos virar o rosto para ver quem é, os olhos fixados no teto.

— Chega. Você precisa parar de pensar nele!

— Já é a quinta vez só esta semana. Me deixe em paz, Ludovica! Não é como se eu ficasse trancado no quarto.

— Dimitri — ela senta na cama —, já faz quase um ano que vimos Chase enforcado. Vai ficar depressivo para sempre?

Coloco meu travesseiro sobre o meu rosto. Virando para o lado oposto da garota.

— Estou me cansando de esperar você...

Sento na cama.

— Então termine comigo, de novo! Por mim tudo bem. Estou cansado disso!

— Tenho certeza que você nem sentirá falta disso.

Ela levanta, antes de sair e fechar a porta do meu quarto. Ouço-a bater, indicando o enfurecimento de Ludovica.

Droga...

Levanto da cama, andando até a porta. Abro a mesma, indo para o corredor. Vejo que ela não for para seu quarto, todas as portas estão abertas, menos a de Lucas.

Ando até ela, batendo três vezes.

— Lucas?

Porra! — Ele reclama, por detrás da porta. — Estou ocupado!

Ando até o quarto da garota, vendo que ela não se encontra no mesmo, a cama está arrumada e a janela aberta.

Desço as escadas, logo vendo Melanie, lendo. Como sempre, em sua poltrona ao lado das estantes de sua biblioteca particular.

— Melanie — ela olha para mim —, viu a Ludovica? Ela e eu acabamos de brigar, mas não a encontro em lugar algum.

A garota suspira.

— Não a vi, e Dimitri, estou começando a achar que você é realmente novo demais para estar com a minha irmã...

— Ãh, jura? Que ironia, ela tem oitenta e não sei quantos anos e eu vinte e dois. Eu não me importo com isso, cadê ela?

— Uma garota mais velha, pode ser mais experiente, mas também pode ser mais difícil para alguém tão novo.

— Melanie, isso vai ser como da última vez? Você é ainda mais velha que ela.

— O quê? Não! — Ela parece envergonhada pelo que disse.

Não é a primeira vez que conversamos sobre isso. Melanie já está gostando de mim tem quase meio ano, e já ignorei seus flertes umas quarenta vezes, porém ela ainda tenta.

— Não se preocupe, irmãzinha, não estamos juntos. Pode se apossar dele, não é o que tanto quer?

Olho para trás, vendo a garota segurando uma arma.

— Não faça isso na frente dele!

— Fazer o quê? Onde conseguiu isso? — Pergunto.

— Melanie, você nunca me enganou com esse teu jeitinho nojento de boa moça.

— Boa moça? Eu sou a dona dessa família! — Brada, se levantando, deixando o livro cair no chão. — Você é apenas uma mestiça!

— Mestiça o meu cu! Nasci de dois humanos!

A Paixão do Imortal 2: Sombras RetornamOnde histórias criam vida. Descubra agora