Bem e Mal

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  Fecho meus olhos, ouvindo o barulho da chuva forte.

  — Até que você não dirige tão mal. — Comento.

  — Eu dirijo muito bem, você só é convencido demais para admitir.

  — Talvez..., mas você poderia ir mais devagar... — Olho pelo retrovisor. — É impressão minha... ou aquele carro está nos seguindo?

  — Não é impressão sua, eu percebi desde que saímos da empresa.

  Olho para trás, conseguindo ver apenas os faróis do carro, por conta da escuridão e pela chuva forte.

Quem estaria nos segundo? Todos que nos odiavam morreram... Tyler? Não, ele já conseguiu o que queria ao matar Chase... ou melhor, ao incentivá-lo a se suicidar...

"Chase? Ah... eu conto ou você conta, tio?"

  Reprimo a vontade de chorar, respirando fundo antes de olhar para Ludovica.

  — Bom, seja impulsiva e acelere!

  Ela sorri e pisa fundo no acelerador, como se ansiasse por este momento.

  Em algumas curvas, acabo por me segurar no banco.

  — Porra de tempestade! — Resmunga ela.

  — Ele ainda está atrás de nós?

  A mais velha olha pelo retrovisor.

  — Acho que não... agh, falei cedo demais!

  — Não seria melhor parar o carro e ver por que estão nos seguindo?

  — Você é idiota ou o quê?

Ajeito meus óculos.

  — Cale a boca e dirija!

  Ela faz duas curvas seguidas para a direita e uma para a esquerda, antes de acelerar mais, passando do limite de velocidade. A chuva parece mais forte a cada momento, me obrigando a estreitar os olhos. Até para a minha visão avançada está complicado, mal imagino a dela.

  — Quem te ensinou a dirigir?? — Pergunto, impressionado por ainda não termos batido em nada.

  — Aprendi agora!

  — O quê?? — Me desespero.

Vamos acabar em um acidente... um... acidente...

  Um flash de luz me faz tontear, como se eu acabasse de ter uma visão.

Meus pais... meus pais entraram no carro?

  Volto à realidade, sacudindo a cabeça.

  Ludovica entra em uma rua sem saída.

  — Parabéns, gênia!

  — Cala a boca! — Dita, antes de desligar o carro e tranca as portas.

  A mais velha olha para trás, me deixando curioso à ponto de fazer o mesmo.

  O carro que estava nos seguindo passa reto, imaginando que fomos para a mesma direção.

  Graças a escuridão do beco e a tempestade, não há como nos ver. Ainda estou intrigado com quem e por qual motivo estava atrás de nós.

  — Agora você me surpreendeu, Ludovica. — Ela tira o cinto e senta no meu colo. — O que está fazendo, sua louca??

  — Você é quem me deixa louca! Não sei se é porque estou viva, ou se é porque como gente, mas eu quero dar para você, agora!

  — Que linguajar... cadê aquela inocência de quando estávamos na empresa?

A Paixão do Imortal 2: Sombras RetornamOnde histórias criam vida. Descubra agora