Tão Perto, Porém Tão Longe

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  Meu telefone toca. A preguiça de me mexer para alcançá-lo é intensa, mas o atendo mesmo assim.

  — Alô?

  — Parker, é o Ryan.

  — Ah... bom dia, senhor Conrad.

  — Preciso que você venha para cá.

  — Que eu saiba, não sou bem-vindo na mansão.

  — Mesmo se não for, isso não foi um pedido, foi uma ordem.

Suspiro.

  — Sim, senhor, senhor Conrad.

Ele desliga.

  Levanto com relutância, troco de roupa e saio de casa. O caminho até a casa dos Conrads é longo e cansativo.

  Quando bato na porta, Ryan a abre em menos de três segundos.

  — Parker, a Ludovica não lembra de quem somos...

  — O quê?

  — Entre!

  Obedeço, antes de fechar a porta. Subo as escadas e Ryan logo vem atrás de mim.

  — Ela está no quarto dela.

  Bato na porta. Escuto um entra, me permitindo fazer o ato.

  — Com licença. — A vejo. — Ah... como você está, Ludovica?

  Sua expressão é neutra, porém demonstra um pouco de insegurança.

  — Como sabe meu nome?

  — Imaginei que não lembraria de mim, mas... eu sou seu ex-namorado.

  — Eu já tive um namorado?

  — Já.

  Me aproximo e agacho na frente da garota que está sentada no chão.

  — Conrad, pode nos dar um minuto? — Ele acena com sua cabeça e fecha a porta. — Não quero que se sinta desconfortável, está bem? Então, vamos começar do zero.

Mesmo que isso me quebre por dentro...

  — Me chamo Dimitri Parker, mas pode me chamar só de Parker.

  — Ludovica Allen. Oh, seu sorriso é lindo.

  Me dou conta que estou sorrindo.

  — Isso é tão difícil...

  — O quê?

  — Saber que você não se lembra de nada... nem dos seus amigos e familiares... me dói muito saber que eu sou um desconhecido para você.

  — Sinto muito. Mas já que você disse que nos conhecemos... posso te contar uma coisa? Acho que talvez você possa me ajudar...

  — Qualquer coisa, pode falar.

  — Eu ando me sentindo tão fraca... não consigo comer nada.

  — Você não se lembra nem do que come?

  — Achei que era comida normal, mas me deixa nauseada. O que eu como?

  — Carne humana.

  — Que nojo! Isso é horrível! Não acho que vou conseguir comer isso...

  — Posso te ajudar a se acostumar.

  — Você tão gentil! — Exclama ela, sorrindo de uma forma inocente e me dou conta que antes de virar uma vampira, ela era uma garota casta.

A Paixão do Imortal 2: Sombras RetornamOnde histórias criam vida. Descubra agora