O Verdadeiro Medo

9 3 0
                                    

James me empurrou, correndo até o lago.

Juntei meus óculos do chão, levantando e logo me aproximando ao lado de Ryan.

— Puta merda... puta... merda...

Ele se agachou, as mãos na cabeça.

— James, se acalme.

— Não encoste em mim!

Me afastei, ouvindo o garoto soluçar.

— Eu sinto muito, James. — O irmão falou, agachando ao seu lado.

Minha cabeça tonteou. Senti algo esquisito, como se alguém estivesse nos olhando. Como se quem fez isso estivesse nos olhando.

Olhando para Luana, algo brilhou em seu corpo. Da segunda vez, decidi não ignorar e andei até a borda do lago.

Não.

Não, não pode...

Tirei minhas botas e segurei os óculos ao pular no lago.

— O que está fazendo, doente mental? — Lucas indagou, agarrado à Ludovica.

Puxei o corpo para a borda, saindo da água. Ao deixar Luana deitada na grama, levantei seu pulso esquerdo, vendo o que brilhava enrolado ali.

C.

A porra de uma corrente com um pingente C.

— Ryan, o que eu perguntei para você no dia em que matei Chase Campbell?

— Que estava receoso com a possível volta dele?

Arranquei o pingente, o estendendo aos que olhavam, deixando o C balançando com o vendo.

— Você acha que foi Chase?

— Eu não acho, James, eu sei. Conheço muito bem a mente de um psicopata.

Levantei, entrando em casa. Minha cabeça parou de girar, porém continuei sentindo algo estranho dentro de mim, como se meu próprio corpo estivesse tentando me mandar um sinal ou algo parecido.

Subi as escadas e entrei em meu quarto, chegando ao meu desejado destino, o banheiro. Me apoiei na pia, olhado para o espelho, visualizando o nada. Meus olhos desceram ao ralo, depois ao que eu segurava.

Abri a torneira e soltei a corrente, vendo-a descer ralo abaixo. Algo estava profundamente errado.

Resmungos e sons inaudíveis me chamaram atenção. Baixei os lumes pela segunda vez, notando que a loucura vinha exatamente do ralo da pia. O que era semelhante a vozes agora estava mais alto e parecia sair de todo o banheiro, das paredes, dos ralos, do chão.

Tampei minhas orelhas com as mãos, fechando os olhos. Meu corpo se contorceu, algo parecia lutar para sair de dentro de mim.

Lá estava eu, em posição fetal, os ouvidos protegidos e com uma pressão desesperadora em meu peito. Gritei, porém não pude emitir som algum, como se minha voz fosse inexistente. Eu sentia como se minha cabeça estivesse prestes a explodir. Não! Aquilo não era real! Era um sonho! Eu iria acordar!

Gritei novamente, com toda a força que me restava, e dessa vez, fora como se o mundo inteiro tivesse se calado e só se pudesse ouvir o som desesperador que saiu pela minha garganta.

A Paixão do Imortal 3: Vidas DestruídasOnde histórias criam vida. Descubra agora