Todos nós temos problemas de raiva, porém não se deve mexer com as inseguranças, traumas ou até mesmo gatilhos alheios. Aprendi isso com uma boa surra, mesmo que as pessoas à minha volta continuassem a fazer certas brincadeiras que eu já havia dito serem desagradáveis, comigo...
Ryan segurou a gola de minha camisa, antes de me fazer bater a cabeça contra o chão.
Gemi, sentindo todos meus sentidos falharem bruscamente, segurando seus pulsos que agora mantinham as mãos em meu pescoço.
— Ryan, eu já disse que sinto muito!
— Cala a boca! — Disse, o tom ainda ríspido. — Você sabe o quanto eu o amava! Você sabe muito bem!
Um trovão alto fez ele soltar o aperto, olhando para a janela, me dando a oportunidade perfeita de empurra-lo e correr para fora do quarto, sendo seguido.
Gritei apavorado, o que mais me dava aflição em tudo no mundo, era ter alguém correndo atrás de mim. Até porque eu sabia que ele me alcançaria, bem mais rápido do que eu poderia tentar correr.
Abri as portas, saindo da mansão. Do lado de fora dos portões eu o vi. Ryan me agarrou, porém se imobilizou ao vê-lo também.
— Demorei, não demorei?
A carta...
— Mefistófeles veio cobrar a dívida, não é?
— Tudo deve ser pago em algum momento. Nesse caso, é você.
Me soltei de Ryan, andando até Lúcifer. Parei na sua frente.
— Recebemos a ligação. O que houve?
Me virei, vendo Lewis, James e Aidan. Ryan estava ainda no mesmo lugar. Raphaelle havia parado de correr, respirando fundo.
— Estou pronto para qualquer guerra que quiser fazer — o desafiei.
— Ah, que medo. Não esqueça que eu sei como desestabilizar seus queridos amigos. Uma metamorfa... olhe, Raphaelle, pense rápido! — Ele jogou algo pequeno em sua direção.
Ela pegou, perdendo o equilíbrio.
— A prata vai deixá-la fraca por um tempo. Ryan, não se preocupe. Meu filho não retornou ao inferno. Não tenho como mexer com quem vai lá para cima.
Ryan pareceu hesitar, olhando para o céu.
— James e Lewis... sabia que lobos possuem a audição três vezes mais sensíveis do que humanos?
Ele soprou um apito agudo. Não demorou nem um segundo para que ambos os irmãos caíssem no chão, tampando as orelhas, se contorcendo por dor.
— Dimitri... eu poderia facilmente pôr meu sobrinho para matá-lo... mas isso seria muito sem graça. Então, uma bala na cabeça já resolve tudo.
Ele apontou uma arma para minha cabeça e pela primeira vez em muito tempo, me desesperei.
— Eu achei que isso poderia ter sido mais divertido. Tem últimas palavras?
— Não!
Ryan correu até ele, porém fechei os olhos ao vê-lo ser acertado certeiramente no rosto pelo cano da arma, caindo no chão.
— Tem bons amigos, Parker.
— Não são meus amigos. São minha família!
— Que idiotice.
Dessa vez foi Raphaelle que o atacou, o derrubando no chão. Ela desviou-se um tiro no último segundo, o acertando com seu punho. Em um movimento rápido, ele a agarrou pelo pescoço e a arremessou para longe. Vi ela bater contra os portões, caindo no chão.
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A Paixão do Imortal 3: Vidas Destruídas
VampireUm bairro bizarro, uma família traiçoeira e uma decisão complicada. Isso foi o que virou a vida de Dimitri Parker. Dos dois anos que ficou em Burkittsville, presenciou e participou de vários acontecimentos que o marcaram e permaneceriam marcados até...