Perigo Constante

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A carta estava sobre minha bancada. O receio de abri-la parecia realmente me consumir.

— O que pretende fazer? — Questionou Benjamin, deitado em minha cama, lendo um livro.

— Estou começando a ter uma certa certeza de que chase está brincando comigo.

— Você não abriu a carta e ainda está a achar que teu antigo amigo que lhe enviou como algum tipo de brincadeira?

— Eu não acho, eu sei!

— Me dê isso!

Benjamin arrancou a carta de minha mão. Ele a leu mentalmente, todavia não quis ler o que ele reproduzia em sua cabeça.

— Aqui diz que foi assinado por L. H.

— L? Tem certeza de que leu direito?

— Para de ser paranoico, Parker! Lúcifer Heylel te enviou a porra da carta! — Jogou-a na minha direção.

Vi ela cair sobre a cama, próxima a mim. Não demorei mais para apanha-la de uma vez.

"Quanto tempo desde que nos vimos pela última vez... meus pêsames por Luana Conrad. Meu sobrinho precisava voltar para os trilhos, e ela foi minha primeira opção. Ultimamente, notei que Chase vinha te assustando. Minhas sinceras desculpas por isso, mas não se preocupe, Parker. Não falta muito para nos reencontrarmos"

Assinado: L. H.

— Você poderia fazer algo que te relaxe. Por que não desenha? Faz tempo desde a última vez.

— É uma ideia interessante. Na verdade, até já tenho a pessoa em mente.

— Quem?

— Te conto depois que o desenho estiver pronto.

Saí do meu quarto. Poucos passos e já estava em meu destino.

Me encostei no batente da porta, vendo Melanie. Ela estava novamente em seu lugar favorito, na frente de uma tela. Segurava com sua canhota um pincel, e a destra, havia uma paleta.

  — O que está desenhando?

Ela me olhou.

  — Nada de mais.

  — Ainda lembra de quando eu disse que algum dia te desenharia?

  — Lembro. Por quê?

  — Poderia fazer agora. Estou precisando relaxar como quando fazia antes.

  — Dimitri...

  — Mel, não tenho segundas intenções. Confie em mim sou realmente bom com alto-retrato.

  — Agh, está bem...

  Entrei no quarto e fechei a porta.

  Peguei uma folha de papel A3 e um lápis. Sentei-me na banqueta em frente à sua cama, colocando a folha no suporte.

  — Como quer que eu fique?

  — Sabes como.

  — A-aquele quadro foi...

  — Vou te mostrar o que é um desenho de verdade.

  Ela revirou os olhos, porém cedeu, desabotoando sua blusa.

  Apontei o lápis, enquanto a garota terminava de se despir. Não demorou para que ela deitasse em sua cama.

  — Parker, tem certeza que isso é uma boa ideia?

A Paixão do Imortal 3: Vidas DestruídasOnde histórias criam vida. Descubra agora