Girou a cadeira, me olhando com ar de seriedade.
— Lembrou que eu existo?
— Qual é?
— Relaxa, eu sei que que me afastei primeiro. Tenho tantas coisas em minha cabeça que não ando com tempo sobrando.
Cruzei os braços. Greg arqueou uma sobrancelha.
— Que foi? Por acaso eu tenho bola de cristal para saber o que você está querendo de mim?
— Greg, você é o único outro demônio que tenho amizade.
— Ah, pode crer. Se Chase estivesse aqui, você correria para ele. Não, não, está certo.
Revirei os olhos.
— Pode me ajudar ou vai continuar com a TPM?
— O que precisas?
— Um ritual.
Ele pulou da cadeira, animado.
— Eu contei os dias para que finalmente algum de vocês me pedisse um ritual!
— Não pretendo invocar nenhum demônio.
— Que tipo de ritual tem em mente?
— Quero trazer meu irmão de volta.
Greg se petrificou, me olhando assustado.
— Você... tem um irmão? Ah, espera, quer trazer Callie de volta?
— Não. Meu irmão gêmeo que morreu no parto.
Se antes ele estava travado, havia piorado três vezes mais.
— Okay, informação demais. Explica isso com calma.
— Eu te explico tudo depois. Você tem como me ajudar?
— Ter até tenho. Mas preciso que me explique um pouco mais a fundo para que eu saiba o ritual certo.
— Meu irmão morreu no exato dia em que nascemos. Na realidade, ele nasceu morto. Você sabe todos os dons e poderes que tenho e foi bem graças a eles que consegui transferi-lo para meu subconsciente.
— Isso é bem interessante. Okay, vou ajudar você. Mas preciso saber se teu irmão é um anjo, demônio ou foi criado apenas na sua cabeça.
Olhei para Benjamin.
— Ele é uma entidade. Nem boa e nem má.
— Sabe que precisamos matá-lo para conseguir trazê-lo, não é?
— Sim.
— Certo. Vamos para minha sala de rituais.
— Por que nunca me contou que tens uma sala de rituais?
— Nunca foi necessário.
Greg sempre foi um garoto prodígio, porém em certas horas ele era tão bem entendido que mais parecia o próprio Diabo.
— Veniat ad te, Satan! Eum ex inferis mancipat et ei essentiam tribuat! (Vinde a ti, Satã! Traga-o das garras do sub-mundo e lhe dê sua essência)
Ouvia atentamente, enquanto estava deitado em um pedestal. Um pentagrama invertido talhado no próprio se encontrava abaixo de mim. Respirei fundo, ouvindo as frases esquisitas que Greg recitava.
— Frangite eam, et dimidiam vitam tuam fac! (Parta-o ao meio e faça com que sua metade ganhe vida)
Querendo ou não, eu sentia-me apreensivo. Greg estava com sua aparência humana, mas ali deitado, eu conseguia notar seu par de chifres negros e pontudos começando a aparecer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Paixão do Imortal 3: Vidas Destruídas
VampireUm bairro bizarro, uma família traiçoeira e uma decisão complicada. Isso foi o que virou a vida de Dimitri Parker. Dos dois anos que ficou em Burkittsville, presenciou e participou de vários acontecimentos que o marcaram e permaneceriam marcados até...