A Sensação de Voar

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Neste mundo cinza, aprendemos duas coisas... a bondade... e a maldade.

— A chance de isso ser mentira é maior do que o meu pênis tamanho dinamite!

Olhei para Ryan que desligou a chamada, guardando o telefone no bolso. Naquele instante, eu não sabia se havia ouvido direito ou se minha mente tinha me feito entender algo completamente distinto. O que não seria novidade.

— Ei, você. Você mesmo, não tente falar. Descanse porque você desmaiou. É engraçado que Lewis também... o que aconteceu com vocês dois?

Torci meu nariz, não querendo tocar no tal assunto.

— Você disse para eu não tentar falar.

— Ah, eu quero saber!! Me importo com você.

— Tua prima e Jackeline. Não sei o que deu nelas ontem de noite.

— Okay, vocês fizeram uma...

— Não. Cada um com a sua! — Interrompi.

Coloquei a garrafa já vazia sobre o criado-mudo.

— Se sente melhor?

— Um pouco. Quem foi que me vestiu?

— Eu te achei desmaiado na tua cama, então estava só de cueca. Preferia que eu tivesse te deixado daquele jeito?

— Não. Até que você escolheu bem...

Olhei para a roupa que me foi designada. Calça jeans azul, uma regata branca e por cima, uma jaqueta jeans azul com alguns strass.

— Eu vou precisar sair hoje, então não sinta minha falta.

— Nunca sinto.

Mirei o garoto todo vestido de preto.

Beleza, então... acho que o loiro durou bem menos do que eu previ.

— Castanho, loiro ou preto, gostoso do mesmo jeito — disse, antes de piscar e dar um sorriso de lado — tchauzinho!

Acenei.

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Lendo, perdido em devaneios que nada relacionavam-se ao livro, se encontrava meu corpo.

— Toc, toc.

— Entra — pedi, sem mover um músculo se quer.

— Lendo o quê?

— Nossa, lembrou que o homem que te trouxe à mortalidade existe?

Benjamin revirou seus olhos cinzentos.

— Deixa de drama.

— Não é drama, é verdade. Você é Lucas me deixaram largado como um brinquedo velho jogado no porão!

— Estou aqui, não estou?

— Agora eu que não quero mais. Estou ocupado tendo algum devaneio.

— Okay, vou ver se Ludovica quer ajuda em algo.

Joguei um dos travesseiros em sua cabeça.

— Você não me provoca, demônio!

— Não sou mais.

Meu telefone tocou. Peguei-o, enquanto olhava para meu irmão.

"Alô? Ah, oi"

— Desembucha, o que você quer?

"Posso só mandar a localização e quando chegar em casa levar a bronca?"

Desliguei o telefone, sabendo qual era a besteira que Ryan havia feito.

Permaneci em silêncio, os olhos fixados na estrada escura que eu percorria.

Garoto idiota! Eu sou sempre obrigado a te salvar todas as vezes que você se fode.

Ryan me olhou, soltando um leve sorriso.

  — Você age como se não gostasse. Morre de ciúmes e além de tudo, no fundo... tens sentimentos fortes por mim.

Parei no sinal já vermelho, olhando pelo retrovisor, vendo a rua escura sem nenhum carro atrás do meu. Puxei seu rosto, juntando nossos lábios, mordi seu seu inferior, logo o beijando novamente.

Parei o ato, o olhando com seriedade.

  — Você fantasia demais. Se fico com você é porque gosto, não porque te amo.

Voltei a dirigir e dessa vez, nenhum outro flerte foi direcionado para mim.

Eu e Ryan havíamos parado de nos relacionar sexualmente ou amorosamente. Desde que me casei, ele pareceu perceber que ser par ideal fazia parte de nosso tão especial grupo de amigos.

De alguma maneira, eu sentia que tudo estava próximo de acabar. Minha história seria contada por quem quando eu não estivesse mais aqui? Quando resolvessem acabar comigo de uma vez? De forma alguma eu teria um filho, porém algumas coisas estranhas podem-se acontecer quando se é meio-bruxo e meio-vampiro.

A certeza era de que com certeza Ludovica me mataria. Ela odiava crianças, porém ela não era a única. Eu também nunca me familiarizei com os mais novos, Lucas sabia bem como me tirar do sério quando com a maldita estatura de criança.

Talvez esteja na hora de pensar no futuro... talvez eu esteja próximo a mudar de ideia sobre ter um filho...

A Paixão do Imortal 3: Vidas DestruídasOnde histórias criam vida. Descubra agora