Capítulo 14 - Minha primeira missão

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Já haviam se passado dois dias desde que entrei pra irmandade. Até agora nada demais aconteceu com exceção de algumas seções do Animus e conversas com Alex. Fora isso, ficava no quarto que a irmandade me cedera.

Eu estava deitada na cama, jogando uma bolinha de borracha no teto quando escuto alguém bater na porta.

- Tá aberta. - A porta se abre, e Henri entra animado.

- Boas notícias. - Me sento na cama rapidamente e o ouço com atenção. Qualquer coisa é melhor do que ficar no quarto entediada. - Sabe o presidente? O Bartholomeu Dias? - Aceno afirmativamente. - Então, finalmente ele saiu do seu esconderijo. Ele está indo para o senado brasileiro para resolver algumas políticas.. Mas essa é a chance ideal para conseguir algumas respostas..

- Que tipo de respostas?

- Os planos dos templários. Sabe, qual é o próximo passo deles.. Essas coisas.

- Então.. Você está insinuando que se conseguirmos pegar o presidente, teremos respostas?

- Não "pegar" o presidente. Isso causaria muitos problemas. O que aconteceria se o presidente fosse raptado no meio da estrada? Precisamos de algo mais discreto..

- O quê exatamente?

- Não faço a mínima ideia. Mas não se preocupe. Alex já está preparando algo. Não acho que vá demorar. No máximo um dia.

- Bartholomeu está vindo hoje?

- Sim. Chega no senado a noite. Por que?

- Nada... - Henri me olha por alguns segundos desconfiado. Por fim ele se vira subitamente e caminha em direção à porta.

- Foi só pra você saber. Manteremos você informada caso tenhamos algum avanço... - E sai fechando a porta atrás de si.

Assim que a porta bate, vou até o pequeno laptop que a irmandade me deu, e pesquiso "presidente Bartholomeu Dias está vindo para o senado" e entro no primeiro link que aparece.

O link que entrei é bem básico, tem um pequeno texto e mais nada: "O presidente Bartholomeu Dias chega nesta noite de quarta-feira no senado brasileiro. O presidente não especificou sua vinda, apenas disse que são 'assuntos políticos', porém todos estão felizes com ela.
Estamos organizando uma festa de boas vindas ao político, no qual muitas pessoas foram convidadas."

Rodo o site a procura de alguma especificação do dia em que vai acontecer essa festa, porém não encontro nada. Pesquiso em vários sites sobre isso, porém todos dizem praticamente a mesma coisa. Mas nada da data.

Me levanto com pressa e me dirijo até o laboratório da irmandade, onde estavam Henri e Alex discutindo sobre algo. Assim que entro, os dois param a discussão e olham pra mim.

- Eu acho que descobri algo útil.

- Acha? - Indaga Henri com um tom irônico. - O que você "acha" que descobriu?

- Vai ter uma festa.. - Começo, mas Henri me interrompe rindo.

- Festa? E isso é hora pra pensar em festas? Pensando bem, é sim. Acho que Bartholomeu vai esperar um pouquinho enquanto festejamos.

- Não é isso! É uma festa de boas vindas que vão dar para o presidente. Onde muitos políticos, e consequentemente templários vão estar juntos em um lugar só. - Henri para de rir e assume uma postura séria.

- hum.. E quando vai ser isso?

- Ué. "Mas isso é uma festa. Não temos tempo de ir em festas" - Faço aspas com os dedos, imitando a voz de Henri, que fica mais sério ainda. - Bem, eu não sei. Entrei em tudo quanto é site, mas não achei nada..

Henri fica quieto, pensando por alguns minutos, mas por fim exclama:

- Isso é exatamente o que estávamos esperando.. Vários templários reunidos em um lugar só! E é claro que, com tantos templários reunidos, alguém vai deixar escapar algo.. E ninguém vai desconfiar de nós se nos infiltrarmos.. - ele se vira para Alex. - Alex, acha que consegue fazer algo que possamos usar para escutar as conversas deles?

- Claro. Mas.. Isso não é meio difícil demais? Tipo, teríamos que escutar conversa por conversa depois, e serão milhões de templários! Levaria muito tempo para descobrir algo..

- Arquivos. - Solto.

- Arquivos? - Pergunta Alex.

- Sim. Arquivos. Planos não são somente orais. Eles têm que ficar em algum lugar. Em um computador, celular, pendrive...

- É isso! - Exclama Henri. - Se tivermos aceso a algum computador deles, ou mesmo celular, talvez a gente consiga hackear e pegar informações.

- É pra já. - Diz Alex se voltando para o balcão, e já rabiscando coisas em um papel.

- Certo, enquanto Alex trabalha, eu vou descobrir onde e quando será essa festa. Vá relatar isso à Halt e depois volte aqui. - Diz Henri enquanto pega seu tablet. Sem perder tempo, me viro e vou até a sala de Halt.

🔻🔻🔻

O relatório demorou mais tempo do que eu esperava. Ainda mais porque eu tive que esperar por pelo menos uma hora fora da sala de Halt, pois estava acontecendo uma reunião lá. Fora isso, tudo ocorreu normalmente. Contei sobre a festa e meu "plano" de hackear os arquivos templários.

Assim que Halt me dispensou, fui direto para o laboratório ver como as coisas estavam andando. Assim que chego, vejo Henri olhando com admiração para um pequeno objeto preto que mais parecia um chip.

- E então..? - Digo enquanto me aproximo de Henri e Alex.

- A festa será hoje a noite. Ela começa as 21:00 horas.

- Hoje!? O que vamos usar para hackear os arquivos? - Ele levanta o braço e coloca o chip perto do meu rosto.

- Com isso. - Diz. - Esse é um micro-chip que Alex desenvolveu. Com ele podemos hackear qualquer celular. Só vai ser necessário um chip, pois o vírus se espalha através do bluetooth. Alex está desenvolvendo um software num pendrive agora, para hackear os computadores também.

- Incrível. - Exclamo. Porém uma ideia desconfortável passou pela minha cabeça. - Ok.. Até aí tudo bem. Mas como vamos nos infiltrar? E sair? E.. Esse é um plano muito arriscado... O que faremos se formos pegos?

Henri me lança um sorriso brincalhão. Não sei porque, mas tenho um péssimo pressentimento sobre isso.

- Eu tenho um plano que provavelmente você não vai gostar nem um pouco.. Mas ele é genial!!

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