Capítulo 35 - Liberdade

442 59 4
                                    

- Então é isso. - Digo após fechar a mala com meus poucos pertences. Me viro para Alex que estava imóvel atrás de mim.

- Tem certeza disso? - Pergunta com uma clara tristeza na voz.

- Mais do que jamais tive.

- Olha.. Eu entendo que você quer voltar para casa. Para Will.. Mas não precisa ser assim...

- Não diga isso, ok? - Levanto meu dedo anelar, onde estava a marca dos assassinos. - Embora eu não vá mais focar 100% do meu tempo na irmandade, não se esqueça que eu ainda sou uma e, nunca vou deixar de ser. Qualquer coisa é só me contatar que eu venho correndo ajudar vocês, ok? Você não vai se livrar de mim tão cedo. - Ele me olha com um sorriso.

- Eu espero que não. Senão eu me sentiria culpado se fizesse isso.

- Isso o q.. - Antes que eu possa terminar a frase, ele se aproxima inesperadamente e passa a mão pela minha cintura, se aproximando mais de mim, então puxa meu rosto e me beija. De início fiquei surpresa, mas acabei fechando os olhos. Foi como se o tempo tivesse parado, e eu e ele estivéssemos em câmera lenta.

Infelizmente fomos interrompidos por Peter batendo na porta.

- Os dois pombinhos queiram me desculpar, mas Halt me pediu para que Alice falasse com ele..

Assinto com a cabeça e me afasto de Alex um pouco vermelha e me encaminho até a porta. Peter me acompanha até a sala de Halt.

- Então.. Agora vocês estão namorando? - Ele diz com um olhar malicioso.

- Pois é...Acho que sim. - Digo com um sorriso enquanto lembrava de nosso beijo.

- Hahaha. A pequena Allye namorando.. Nunca pensei que esse dia chegaria. - Dou um leve soco em seu ombro.

Completamos o caminho dando risada, e quando chegamos na sala de Halt ficamos sérios. Assim que eu toco na maçaneta, Peter segura meu ombro.

- Tem certeza? Eu entendo que Will deve estar sozinho e precisando de companhia, mas você não precisa fazer tudo isso..

- Preciso sim, Pit. Minha mãe está morta. Eu a matei, e Will a amava. Não consigo não me sentir culpada por isso. Ele precisa de alguém que ele ame tanto quanto minha mãe.. Tenho que compensar meus atos.

- Bem.. Tudo bem então.. A vida é sua. Só se prepare pra me receber. Porque sempre que eu tiver tempo livre, estarei na sua casa.

- Fico feliz com isso. - Digo rindo um pouco. Abro a porta da sala de Halt respirando fundo. - Queria falar comigo? - Pergunto assim que entro.

- Ah. Sim. Sente-se. - Halt estava de costas para mim, olhando o movimento das ruas pela janela. Me sento na mesa e espero ele se virar e sentar-se na outra cadeira a minha frente. - Então, sei que todos devem ter perguntado isso pra você, mas.. Você tem certeza?

- Sim.. Meu padrasto precisa de mim.

- Entendo... Será uma pena perder minha melhor assassina.. - Diz com uma certa tristeza na voz. - Bem, obviamente não te chamei só pra isso. Eu trago boas notícias. Sobre Marcos. - Quando ele pronúncia esse nome, eu me ajeito na cadeira. Com um certo interesse na voz.

- Que notícias você poderia dar sobre meu pai?

🔻🔻🔻

- Bem... Então é isso, baixinha. - Diz Henri enquanto me abraça. Estamos na porta da minha casa. Dando o último adeus por um bom tempo.

- Adeus, Henri. - Assim que nos separamos, fico pensativa.

- O que foi?

- Eu fico pensando... O que será de vocês sem mim? Templários invadindo a irmandade toda hora... Missões falhando... - Digo com uma falsa seriedade. Mas por fim não resisto, e acabo caindo na gargalhada.

- Modesta... - Diz irônico enquanto revira os olhos. Ele olha pra mim e depois para Alex. - Vou deixar vocês sozinhos por alguns minutos. - Ele se vira entrando no carro.

Alex se aproxima de mim e me beija. Tivemos que parar quando o ar acabou, então nós abraçamos, e ficamos em silêncio por um tempo, apenas curtindo um ao outro.

- Pode deixar que eu vou arranjar umas missões que você vai precisar nos ajudar. - Alex enfim quebra o silêncio.

- Hahaha. Eu espero que sim. - Nos separamos e Alex olha fixamente para mim. 

Escuto um movimento dentro de casa, seguido pelo leve titilar de chaves se misturando. Olho preocupada para a porta, e depois me viro para Alex.

- Bem.. Por enquanto isso é um adeus... Mas não por muito tempo. - Sorrio enquanto digo o "não por muito tempo". Alex sorri em resposta e se vira para entrar no carro.

- Bem.. Então até algum dia desses. Não pense que vai se livrar de mim tão cedo. Agora eu sei onde você mora. - Então entra no carro e fecha a porta. Henri dá a partida assim que a porta se fecha, e acelera, sumindo de vista bem no momento em que Will abre a porta.

Me viro para ele, com um pequeno sorriso. Will fica um pouco sem reação, tentando raciocinar o que está vendo. Ele fica assim por mais ou menos um minuto, até que abre um enorme sorriso de orelha a orelha e vem ao meu encontro.

- ALICE! VOCÊ VOLTOU!! HAHA! - Ele me abraça com força, me levantando do chão logo em seguida. - Aonde você andou? Esteve fora por meses! Praticamente por um ano! Olha como você cresceu! - Ele me coloca no chão, olhando-me de cima a baixo. - Temos muito o que conversar, mocinha. - Sem perder o sorriso, ele acrescenta. - Mas antes... Que tal fazer uma boquinha? - Assim que ele diz isso, minha barriga ronca de fome. Nós dois rimos.

- É... Uma boquinha até que não faria mal... Estou morrendo de saudades de seus lanches. - Digo sorrindo.

Will vai até minha mochila e a pega, colocando-a sobre seu ombro. Nós entramos em casa sorridentes. A casa ficou com um ar muito mais feliz e alegre agora, o que nos fazia rir mais ainda.

Finalmente estava tudo em paz, e embora eu não queira admitir, sei que não durará muito tempo.

Então aproveito ao máximo essa onda de paz que estava sobre nós.

Assassin's Creed - LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora