- Certo.. Eu só não entendi uma coisa: isso onde estou sentado é um animus, certo? - Assentimos com a cabeça. - Então.. Se eu deitar aqui eu posso reviver a memória de qualquer antepassado? Templário, assassino, cidadão..?
- Exatamente. - Digo feliz por ele finalmente ter entendido. Havíamos explicado tudo para ele desde o começo da ordem até hoje, além do objeto e suas utilidades. Somos interrompidos por mais um ronco de Henri, que acabou dormindo no meio da conversa.
Nós três nos encaramos e então rimos. Assim que paramos de rir, eu e Alex ficamos nos encarando.
- Vocês dois.. - Começa Peter. Desviamos o olhar corados.
- Não! Claro que não. - Dizemos em uníssono.
O jato começa a balançar abruptamente fazendo Henri acordar em um salto. Minha perna ferida começa a quicar no banco, o que faz com que ela volte a sangrar.
- Sinto que o Jadson esqueceu de avisar que estamos pousando.. - Diz Alex se segurando desajeitadamente na mesa. Peter também estava segurando firmemente o animus.
- Também sinto.. - Diz Peter.
Finalmente pousamos com tudo, fazendo eu e Henri quicarmos pra fora da cadeira.
- Só digo uma coisa: ai. - Reclamo.
- Jadson! Ô seu filho-da-mãe! Porque diabos você não avisou que íamos pousar?! - Diz Henri se levantando irritado. Nós três trocamos olhares surpresos.
- Henri ferido é sinônimo de bom humor master. - Alex diz irônico. Henri olha para ele e mostra o dedo.
- Olha só quem fala. - E então entra na cabine do piloto. Assim que a porta do jato se abaixa, nós três descemos e fomos direto para a irmandade.
- Hey.. - Começa Peter sem jeito. - Será que eu poderia.. Tentar ir no animus? - Alex e eu trocamos olhares.
- Porque você iria querer isso? - Pergunta.
- Bem, acreditem ou não. Eu passei um dia inteiro sendo torturado por templários. Estou com raiva.. Mas também não quero que ninguém mais passe o que eu passei lá. - Abaixo a cabeça, lembrando-me das horas de tortura que tive lá no Senado. - Além disso, se meus tios eram templários, eu provavelmente tenho alguma linhagem de assassinos. Por favor. - Alex parece pensar por alguns segundos, mas por fim diz com um sorriso.
- Claro. Espero que você se junte a nós também. - Peter sorri
- Pode ter certeza.
- Proponho um desafio. - Diz Peter para mim. - Vamos apostar uma corrida de telhados.
- Uma corrida? - Repito incrédula pela infantilidade de meu amigo. - De telhados?
- Sim. Não podemos pisar no chão. Só ir de telhado em telhado. A linha de largada e chegada é o telhado da irmandade. Ganha quem dar a volta por esse bairro primeiro. - Diz.
- Já está tão confiante assim? Você só se juntou a irmandade a cinco dias. Ou seja, apenas seis dias de animus, e já acha que pode me vencer?
- Hum.. Sim. O meu antepassado, diferentemente do seu, era muito rápido e vivia pulando de telhado em telhado. Eu sei que posso te vencer. Moleza.
- Há. Vamos ver então. - Digo já correndo em direção a saída e subindo no telhado da irmandade e espero até Peter subi-lo. - Pronto pangaré?
- Já nasci pronto.
- Então.. JÁ! - Assim que digo isso, começo a correr. A distância entre o telhado da irmandade e o telhado mais próximo era grande, mas nada do que o impulso que peguei não daria conta.
Aterrisso no outro telhado com um baque, e para amortecer a queda coloco as mãos na frente e rolo. Sem vacilar continuo correndo, pulando de telhado em telhado com naturalidade até que um grande paredão me impede de continuar meu caminho. "E agora?" Penso.
- Empacou Allye? - Diz Peter logo atrás de mim. Então ele começa a escalar o paredão sem o mínimo de esforço. Quando ele chega no topo ele grita: - Quem é o pangaré agora? - então se vira e continua correndo.
Olho bem para a parede lisa: ela quase não tem imperfeições.. Somente uns três metros acima de mim. Teria que pegar um grande impulso para conseguir subir três metros até a imperfeição.
Ando vários metros para trás e corro o mais rápido que consigo. Quando faltava menos de um metro para eu bater com a parede, eu coloco um pé na frente, topando com a parede. Impulsiono com esse pé para cima. A parede é áspera, o que permitiu que meu pé não escorregasse. Uso as mãos para continuar com o impulso. As luvas não permitem que minha mão escorregue, o que deu um bom impulso.
Finalmente consigo alcançar a imperfeição com a mão direita. Meus pés procuram desesperadamente algum apoio, sem sucesso. Com a outra mão, pego outro ponto de apoio e escalo apenas com os braços até que os pés cheguem no nível dos apoios.
Chego no telhado arfante, mas orgulhosa. Perco alguns segundos recuperando o fôlego e volto a correr. Depois de alguns telhados consigo distinguir a silhueta de Peter, que estava parado na ponta do telhado, meio perdido. Quando finalmente o alcanço, paro também e descubro o porque dele ter parado: uma praça estava separando esse dos outros telhados.
Olho para ele triunfante.
- Observe e aprenda. - Dou alguns passos para trás e pulo, torcendo para que eu tenha calculado bem.
Pouso em um tronco grosso de uma árvore com um baque. As crianças que antes brincavam, olharam para mim com olhares surpresos, e logo em seguida as mães. Automaticamente levo a minha mão para meu capuz, me certificando se ele estava bem colocado. Olho para Peter, que tinha uma expressão incrédula, que mostrava claramente a frase: "Como diabos eu vou fazer isso?". Dou um sorriso e subo no topo da árvore e logo em seguida pulo para o escorrega. Olho em volta, procurando algum lugar para eu pular, porém só encontro o balanço.
Rapidamente, pulo para ele e subo pelas correntes, indo para o topo. De lá, pulo para outra árvore e enfim para a parede de tijolos, onde escalo e olho para Peter, que continuava no mesmo lugar.
Me viro e continuo correndo, completando o percurso calmamente.
Quando chego de volta no telhado da irmandade, sento-me com os pés balançando enquanto esperava Peter chegar. Espero uns cinco minutos até que ele chega arfante.
- Ganhei. - Digo. - Índios não se dão bem na cidade urbana? Hehe.
- Está certo. Você venceu. Vida longa aos índios. - Diz com ironia. Depois de alguns minutos conversando, descemos do telhado e entramos na irmandade.
Fomos em direção aos nossos quartos, porém Alex aparece com uma cara confusa.
- O que foi? - Pergunto.
- Algum de vocês sabe onde dá pra esconder um frasco de bactérias dizimadoras?
- Conseguiram fazer a cura, finalmente?
- Sim. Mas agora não sabemos onde colocar..
- Eu sei de um lugar perfeito. - Digo e os dois olham para mim curiosos.
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Assassin's Creed - Liberdade
Fiction HistoriqueNunca havia passado pela cabeça de Alice que um dia ela se tornaria uma assassina. Bom, isso não teria acontecido com ela se uns agentes da Abstergo não tivessem invadido a sua casa naquelas férias de verão para roubar um documento de seu falecido p...