A eternidade de um crime.

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O sol estava radiante, poucas nuvens enfeitavam o céu, o calor também se fazia presente, já que a temperatura estava elevada e o tempo seco, tudo isso pode parecer irritante e realmente seria, se aquelas pessoas não estivessem sentindo isso enquanto podiam se refrescar em uma piscina, tomar um banho de mar ou beber uma água de côco geladinha. E nesse cenário, tinhamos uma pessoa em específico, ele estava voltando do posto dos correios, com três cartas nas mãos, caminhando pelo condomínio próximo da praia, onde existiam várias casas de veraneio para serem alugadas e uma delas era onde eles estavam morando, o rapaz abriu a porta da casa e adentrou em passos rápidos.

── E então? Elas chegaram? ── a voz eufórica partiu do garoto que estava com o cabelo pintado de vermelho, mais conhecido como: Hoseok.

── Sim, elas estão aqui. ── o advogado sorriu ao mostrar as cartas em suas mãos, arrumando os seus fios azuis por puro nervosismo.

── Ok, vamos abrir e depois falaremos o resultado juntos, tá bem? ── o mais velho sugeriu enquanto balançava os seus fios esverdeados, eles estavam meio molhados, mas isso não incomodava o menino que estava extremamente ansioso.

── Tudo bem. ── assentiu enquanto ordenava as cartas em sua mão. ── Jung Hoseok. ── o rapaz entregou a que estava com o nome do menino. ── Kim Taehyung. ── recolheu a sua própria encomenda. ── E Jung Taeyoon. ── estendeu a carta para o garoto, esta que levava o seu novo nome.

── Ok, vamos ver. ── Hoseok murmurou enquanto sorria e os três abriram as cartas, se tratava do resultado para que eles conseguissem um visto na Nova Zelândia, onde já estariam com empregos predestinados, estes que conseguiram através de um contato conhecido no país.

── Todos leram? ── perguntou baixinho e levantou o olhar até o advogado e o ruivo.

── Sim. ── o mais novo afirmou ao assentir com a cabeça.

── Todos falaremos ao mesmo tempo, em três, dois, um e... ── contou para que eles pudessem falar o resultado de uma vez por todas.

── Aprovado! ── a resposta foi unânime e quando se deram conta de que poderiam entrar no país para exercer as suas funções e ter um visto mais duradouro, eles gritaram de felicidade, dando sorrisos largos enquanto se entreolharam, haviam conseguido o que queriam e agora, a nova vida estava oficialmente iniciada. O Hoseok iria trabalhar em um hospital psiquiátrico, o Taehyung se candidatou a um cargo na promotoria da cidade onde iriam morar e o Yoongi conseguiu uma vaga em uma empresa de tecnologia, atuando na segurança dos arquivos sigilosos. Eles iriam se despedir daquela casa de veraneio, mas seria por um bom motivo, retornariam às suas vidas costumeiras, fazendo o que gostavam de fazer e o mais importante é que estariam juntos mais uma vez, transmitiam esse sentimento enquanto os seus olhos se encontravam naquela sala. Talvez o crime não compense, mas esse em específico, deu a liberdade que eles tanto precisavam, trouxe um novo objetivo às suas vidas e acima de tudo, serviu para reforçar que o amor verdadeiro nada teme, não se rotula em nichos e ultrapassa as barreiras do que é certo ou errado. Se ser diferente fosse um crime e amar fosse a penitência, esses três estariam eternamente condenados a se amarem por toda a vida, até o fim das mesmas e assim, o ciclo se encerrará, um looping infinito entre o começo e o fim, a liberdade e a limitação, a doença e a cura, o crime e a salvação.

Se eu pudesse deixar uma mensagem para todos aqueles que sentem medo de ser feliz, eu diria que crime mesmo é se aprisionar sem permitir, consentir e ser livre para sentir.

F I M.

O Nosso Crime | TaeYoonSeokOnde histórias criam vida. Descubra agora