CAPÍTULO 12 - DESPERTAR MATERNAL

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◇|ALICIA ON|◇


A noite transcorreu tranquilamente em relação a Victória; ela acordou poucas vezes, e eu me levantei para verificar seu sono algumas vezes. Quanto a Paris, bem, ela se movia bastante durante o sono, mas isso não me incomodou.

A respeito da noite passada, ainda estou um pouco confusa com o que aconteceu. Ela avançou em mim, mas também foi algo que eu desejei. Não foi negativo; na verdade, foi... bom? Foi a minha primeira experiência com outra mulher, superando até minhas expectativas. No entanto, surge a dúvida: será que isso vai tornar as coisas estranhas entre nós? Honestamente, não tenho certeza. Eu poderia simplesmente fingir que nada aconteceu, mas não sei o que passa na mente dela.

Acordei por volta das nove da manhã; Martha não viria, pois era final de semana. Paris estava dormindo pacificamente, então decidi não incomodá-la. Levantei-me e fui diretamente para o quarto da minha pequena, para verificar como ela havia passado a noite. Encontrei-a em um sono tranquilo, de barriguinha para cima. Dei-lhe um beijo e decidi tomar um banho.

Ao ligar o chuveiro, retirei o roupão com o qual havia dormido e entrei. Deixei a água quente escorrer pelo meu corpo, ensaboando-me aos poucos, até que percebi a porta sendo aberta.

- Opa, foi mal. - disse Paris, cobrindo os olhos. - Nem percebi que você estava aqui. - fechou a porta em seguida.

Terminei meu banho e saí do banheiro, encontrando a garota.

- Presta atenção. - falei, encarando-a, e ela apenas acenou com a cabeça antes de entrar no banheiro. Voltei ao meu quarto e notei que ela havia arrumado a cama; pelo menos isso, pensei. Vesti-me, e lá estava ela, observando-me parada na porta, um tanto sem jeito.

- É, acho que está na minha hora. - disse ela, despedindo-se.

- Já? - questionei, aproximando-me.

- Sim, eu já fiquei bastante tempo... E a Victória está um pouco melhor agora, então vou para casa. - respondeu.

- Ah, ok. - respondi. - Eu ia te chamar para tomar café da manhã comigo, mas se quiser ir... - falei, percebendo seu desconforto.

- É, bom, talvez na próxima. Vou indo, até. - falou, virando-se e saindo do cômodo.

- Até. - respondi baixo.

(S/N) ON

Saí da casa da Alicia rapidamente e entrei no carro, respirando fundo. Não era a Alicia que me incomodava, mas sim a situação recente. Não foi ruim, mas eu estava com medo de me apegar a ela, desenvolver sentimentos, ou talvez já os tivesse. Não sei.

A última vez que me apeguei a alguém foi doloroso, muito doloroso. Mas talvez com ela fosse diferente, não? Pare, não devo pensar nisso; estou criando paranoias por causa de uma simples noite. Oh Deus, é o que acontece quando se é emotiva.

Liguei o carro e fui para casa; eu precisava de um banho e da minha cama. Ao chegar em casa, peguei minha filhinha no colo; ela estava com fome, então decidi alimentá-la antes de ir para o banho. Despi-me e me sentei na banheira, aguardando-a encher, enquanto refletia sobre a vida, o universo e sobre mim mesma, meu pai...

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