CAPÍTULO 15 - "Ó CÉUS..."

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~Que? Que dia? -digo, olhando para a rua. Provavelmente, estava se fazendo de desentendida. Respirei fundo e resolvi ser mais específica.

•Aquele dia... que a bebê ficou mal e rolou... bom, você sabe... - ela me encara rapidamente e fica em silêncio por alguns segundos.

~Sério? Você quer falar sobre isso? Agora? -me encara. Respirei fundo.

•Talvez. Na verdade, eu quero saber por que você tá assim, tá esquisita... -falei, voltando o foco para o volante. Estávamos quase chegando no mercado. Ela apenas solta uma risada fraca.

~Esquisita? Eu tô completamente normal. -fala em tom de deboche. Sinceramente, acho que nem deveria ter tocado no assunto. Ela está se fazendo completamente de sonsa, e isso já está me estressando.

•Bom, eu achei que a nossa "relação" tinh... -ela me interrompe.

~Relação? -diz em tom de indignação. ~A gente não tem relação nenhuma. Você só é uma enviada do professor pra ver se eu tô fazendo merda e ficar de olho em mim. -fala em tom de raiva. Eu não esperava essa resposta. Tentei me pronunciar, e ela me cortou novamente.

~Chegamos. -falou rapidamente, saindo do carro.
Fiquei sem entender o que estava rolando e saí atrás, segurando-a devagar pelo braço.

•Calma aí, primeiramente eu tava falando em relação à nossa convivência, não precisa agir com estupidez... -ela puxa o braço e me encara.

~Quer saber? -fala se aproximando de mim.

•O que, Sierra? -falei me aproximando ainda mais dela, sendo possível sentir sua respiração que estava descompassada.

~A gente conversa depois... vamos comprar o bolo que você fez questão de derrubar. -falou, se virando e caminhando para dentro do estabelecimento. Ela ainda achava que a culpa era minha? Por Deus...

Entramos, e Alicia foi direto na área que tinha os bolos, e eu só fui atrás acompanhando. Ela pegou um bolo todo rosa, bem bonitinho, e assim fomos caminhando até o caixa. Chegando lá...

~De quem é o aniversário? -perguntou a caixa.

~Ah, é para a minha filha... -respondeu Alicia, na maior paz do mundo. Ela tinha mudado completamente o modo de falar para conversar com a moça.

~Sério, que fofo. Quantos anos ela tem? -diz a mulher olhando para ela.

~Ela tem seis meses, mas eu quis comemorar fazendo uma festinha pra ela. -responde.

~Nossa, mas bebê já pode comer coisas assim? -pergunta. Nossa, curiosa né? Credo.

•Pode. -respondo num tom que saiu um pouco frio. Elas me encaram, e logo continuo.

•Com essa idade pode começar a dar comida sólida pra eles... -digo baixo.

~Nossa, não sabia. Que bom, as mamães devem estar muito felizes, né? -eu e Alicia nos encaramos rapidamente, e eu seguro a risada.

~Ela não é mãe da bebê. -diz. ~A gente nem é namoradas e tals. -eu a olho rapidamente e corto o assunto.

•Bom... deu quanto? -pergunto à caixa, que está completamente vermelha de vergonha.

~Deu 29,90. -fala baixo.

•Ok... -digo pegando o dinheiro. -Pode ficar com o troco. -falo e saio em direção ao carro acompanhada por Alicia.

Entramos no carro e ficamos em silêncio por alguns segundos, até que Alicia solta uma gargalhada, e começamos a rir.

~Ela achou que você era mãe também. -falou rindo.

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