CAPÍTULO 22 - FORAM BOAS LEMBRANÇAS

326 33 1
                                    




_____________________________________________


Continuamos deitadas, e ela passou a segurar a minha mão. Ficamos conversando até a bebê resolver acordar do cochilo.

• Quer ir caminhar agora? A pequena já acordou. - pergunto, me sentando com a menor.

~ Claro. Onde que a gente vai?

• É perto... é uma trilhazinha que tem aqui, não é longa. Ela só faz uma volta, na verdade. - digo, mas na verdade é uma volta considerável, mas como meu espírito "Dora Aventureira" está ativo, vou falar que é pequena. Alicia, obviamente, iria arregar se eu falasse a verdade.

Eu já tinha andado nessa trilha com a Nairóbi, a gente se perdeu porque ela guiou o caminho dizendo que sabia, além disso, a gente só saiu daqui de noite, já que o Helsinque apareceu umas oito horas para pegar a gente. Enfim...

~ Hm, vamos arrumar aqui então. Daí podemos ir. - diz se levantando.

• Certo... Você trouxe o "canguru", né? - pergunto e entrego a bebê. Na verdade, faço a mínima ideia se esse é o nome certo.

~ Sim, eu peguei. - diz já com a menina em seus braços.

Me levanto, e Alicia coloca a bebê na cadeirinha para arrumarmos as coisas e guardá-las no carro. Assim foi feito. Alicia pegou a pequena enquanto guardava sua cadeirinha no banco de trás do carro. Enfim, estávamos prontas.

~ Então, você quer carregar ela? - diz se referindo à menor.

• Sim, claro. Né, fofucha. - Digo dando um sorriso e apertando a bochecha da pequena, que começa a rir. Alicia apenas solta um sorriso.

~ Certo, então coloca o treco. - fala me dando o canguru em mãos.

• Não vai me ajudar?

~ Eu estou segurando ela, não tem como não, menina. - diz brincando com a Victória. Apenas concordo, tento por o apetrecho. Por fim, consigo.

• Prontinho, agora me dá ela. - digo estendendo os braços para a menor. Alicia me ajuda a colocar Victória no canguru; no começo, ela se esperneou, mas por fim conseguimos.

~ Mostre o caminho, madame. - fala, estendendo a mão para as árvores. Solto um sorriso e lhe dou um puxão, assim segurando sua mão. E começamos a andar.

• É por aqui... - digo, e entramos na trilha.

~ Olha... Vou logo avisando, se a gente se perder, eu te mato.

• Ah, mata nada. - digo rindo. Alicia apenas me lança um olhar sério, e logo paro de rir. Ela tem esse poder com as pessoas, não é à toa que era inspetora.

• Enfim... - digo engolindo seco. • Você deve estar se perguntando "nossa, mas como você conhece esse lugar?". - digo.

~ Na verdade, não estou me perguntando não. - diz olhando para frente.

• Ah, então não vou contar uma das minhas aventuras. - digo fazendo careta.

~ Agora conta, já que começou. - diz virando o olhar para mim.

• Tabom. Foi assim: - digo.

~ Lá vem. - diz revirando os olhos.

• Um dia, eu e Nainaí estávamos muito desocupadas, como sempre. E bom, já que o Helsinque iria sair por aí, pensamos "hm, poderíamos ir a algum lugar"...

~ Apelido bonitinho "Nainaí". - diz.

• Pois é, fui eu que dei né. - digo de modo sarcástico. A ruiva sorri e vira a cara.

~ Continue.

• Bom, a gente ouviu falar de uma cachoeira pequena por aqui, daí né. Ela fica por ali - digo apontando para a esquerda. Alicia olha e parece pensativa.

• Mas como não viemos nos molhar, vamos reto mesmo. - digo, e Victória começa a rir.

• Enfim, a gente pegou comida, umas roupas de banho, e o Helsinque largou a gente aqui. No caminho até a cachoeira foi normal, a Nairóbi fez a gente se perder, e como eu sou meio burra, dei tropeçadas no caminho. - Alicia ri e faz não com a cabeça.

• Chegamos lá cansadas, e ficamos aproveitando a tarde até que resolvemos voltar e chamamos nosso Uber, vulgo Helhel... Outro apelido maravilhoso que eu dei. - digo sorrindo. Enquanto isso, já tínhamos caminhado dois terços da trilha, e a tarde estava quase acabando.

~ Nossa, você me fez ficar curiosa só pra isso de história? - diz a ruiva me olhando indignada.

• Não falei que acabei. - digo, e ela faz um biquinho bravo.

~ Vou resumir: A gente voltou a trilha, e tinha uma gangue de abelhas, sim uma gangue, e como eu sou alérgica, já me desesperei, e as capetinhas começaram a vir em nossa direção. Eu e a Ágata começamos a correr, eu tropecei e tomei uma picada na testa... - Alicia dá uma gargalhada, a bebê começa a rir da mãe.

• Ri não, eu chorei. Daí voltei toda suja e com uma bola na testa. Foi o cúmulo. Além disso, o Helsinque apareceu de noite pra pegar a gente. - digo indignada.

~ Coitada. - diz Alicia ainda rindo.

~ Mas e sua alergia? - pergunta.

• Bom, eu quase morri né. Mas eu tinha levado o antialérgico.

~ Menos mal. - diz, acariciando a minha mão.

Enfim, terminamos a trilha, que era curta, e voltamos para o carro.

~ A gente poderia ir nessa cachoeira um dia. - diz Alicia colocando a pequena na cadeir



_____________________________________________

In Your EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora