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.♡|PARIS ON|♡
A escuridão da sala era opressiva, uma presença tangível que parecia apertar meu peito com o peso do medo e da dor. Cada centímetro do meu corpo doía, marcado pelas agressões constantes. O som das gotas de água que escorriam de um cano próximo ecoava na minha mente, misturado com as ameaças sussurradas por Tamayo. Cada momento ali se arrastava como uma eternidade.
Minha mente, antes afiada e ágil, agora vacilava sob o peso da exaustão e do terror. A dor física começava a se tornar uma sensação distante, quase como se meu cérebro estivesse tentando se desligar para me proteger. Mesmo assim, eu sabia que não podia ceder. Precisava resistir, por Alicia, pelo professor, por todos nós.
~Onde está seu tio? - a voz áspera de Tamayo cortou o silêncio, perfurando meus pensamentos como uma lâmina afiada.
•Eu já disse, não sei de nada! - minha voz tremia, mas a resistência ainda pulsava dentro de mim, uma chama frágil mas determinada.
Tamayo olhou para mim com desdém, seus olhos brilhando com uma fúria contida. Ele se levantou e se aproximou, a lâmina em sua mão refletindo a luz fraca da sala. Cada passo que ele dava parecia ecoar em minha mente, cada som amplificado pelo medo que me envolvia.
~Paris, Paris... sua teimosia é admirável, mas a verdade virá à tona, quer queira ou não. - ele murmurou, sua voz gotejando veneno. Ele se sentou na minha frente, os olhos fixos nos meus.
~Vamos dar uma pausa. Deixar você refletir um pouco sobre seu comportamento e cair na real sobre a sua situação... - ele se virou para um dos homens que estava de pé na sombra. -Dê um jeito nesses cortes, jogue álcool ou qualquer outra coisa, além de um banho nela.
O capanga, chamado Ruiz, se aproximou. Eu senti meu corpo se enrijecer em antecipação ao próximo golpe. Mas havia algo diferente nele, algo na maneira como ele me olhava. Ele não estava ali apenas para me machucar; havia uma intenção lasciva em seus olhos que me fez estremecer de pavor.
~Vamos ver como você reage a um toque diferente. - sussurrou ele, aproximando-se de mim de uma maneira que fez meu estômago revirar.
Eu tentei afastá-lo, mas minhas forças estavam se esgotando. A sensação de seu toque era repulsiva, e o medo começou a tomar conta de mim de uma maneira que a dor física não conseguia. Meu coração batia descontroladamente, e eu senti uma onda de pânico tomar conta de mim.
O cheiro forte de álcool e o frio da água me trouxeram um breve alívio, mas a sensação do toque de Ruiz, suas mãos explorando onde não deveriam, trouxe de volta todo o horror da minha situação. Fechei os olhos, tentando me desligar, pensando na minha vida antes de tudo isso.
◇|ALICIA ON|◇
A tensão na sala era palpável enquanto nos reuníamos para discutir o que fazer a seguir. A preocupação com Paris estava escrita nos rostos de todos, cada um de nós consumido pelo medo e pela incerteza. O ambiente estava impregnado com um silêncio pesado, quebrado apenas pelo som ocasional de um suspiro ou de um pé arrastando-se no chão.
~Professor, algo não está certo. Tamayo está agindo por conta própria, tenho certeza disso. - minha voz estava cheia de urgência. Cada palavra parecia carregar o peso da nossa situação, a gravidade do que estávamos enfrentando.
O professor olhou para mim, seus olhos calculadores já começando a traçar um plano. - O governo cortou relações com ele. Tamayo está sozinho nessa, agindo por orgulho e dignidade. - murmurou, seu tom refletindo a seriedade da situação.
Eu me inclinei para a frente, tentando reunir meus pensamentos. - Precisamos usar isso a nosso favor. Ele quer se sentir no controle, mas podemos virar o jogo contra ele. - sugeri, sabendo que qualquer erro poderia custar a vida de Paris.
O professor assentiu, uma determinação sombria em seus olhos. - Exatamente. Podemos fazer uma contra-ameaça. Vamos fingir que estamos dispostos a negociar, mas sem entregar o ouro. Precisamos ganhar tempo e rastrear o sinal do celular de Paris.
Lisboa, sempre pragmática, acrescentou: - Mas precisamos ser cautelosos. Se Tamayo perceber que estamos blefando, ele pode machucar ainda mais a Paris.
◇|PROFESSOR ON|◇
Enquanto analisava a situação, uma estratégia começou a se formar em minha mente. Sabíamos que não podíamos confiar em Tamayo, mas podíamos usar sua arrogância contra ele. A equipe estava mobilizada, cada um desempenhando seu papel crucial.
- Alicia, entre em contato com Tamayo. Diga que estamos prontos para negociar, mas precisamos de uma prova de que Paris está viva. - instrui, sabendo que cada palavra dita precisava ser cuidadosamente calculada.
Alicia assentiu, seus olhos determinados. - E se ele não acreditar?
- Vamos fazer ele acreditar. Mostraremos que estamos dispostos a ceder, mas só um pouco. Precisamos ganhar tempo para rastrear o sinal do celular de Paris. - minha voz estava firme, mesmo que internamente eu estivesse cheio de dúvidas.
Enquanto Alicia fazia a ligação, senti um peso enorme em meus ombros. Cada decisão que tomávamos tinha que ser precisa. Qualquer erro poderia custar a vida de Paris.
◇|ALICIA ON|◇
Peguei o telefone, pronta para colocar o plano em ação. - Tamayo, estamos prontos para negociar. Mas queremos ver Paris viva.
A voz de Tamayo veio do outro lado, fria e calculista. ~Vocês têm 24 horas. Façam sua escolha sabiamente.
Desliguei o telefone, o coração acelerado. - Temos 24 horas. Precisamos agir rápido.
O professor assentiu, já começando a trabalhar em nossa estratégia. Sabíamos que a vida de Paris dependia de cada decisão que tomássemos. A corrida contra o tempo havia começado, e falhar não era uma opção.
...
As horas passavam lentamente, cada minuto aumentando a tensão. A equipe estava concentrada em encontrar uma solução, mas o desespero era palpável. Estávamos todos exaustos, mas ninguém estava disposto a desistir.
O professor estava na sala de monitoramento, os olhos fixos nas telas. Cada movimento era calculado, cada possibilidade considerada. - Precisamos ser astutos, pensar um passo à frente de Tamayo. - ele disse, sua voz firme mas cheia de preocupação.
Lisboa estava ao seu lado, oferecendo suporte e ideias. - Podemos usar a localização do celular de Paris para traçar um plano. Se conseguirmos rastrear o sinal, podemos descobrir onde ela está sendo mantida.
♡|PARIS ON|♡
A dor e o medo eram constantes, mas eu me agarrava à esperança de que Alicia e o professor estivessem trabalhando para me salvar. O capanga Ruiz finalmente recuou, deixando-me sozinha na escuridão, mas o trauma do que ele fez permanecia.
Tamayo voltou, seu olhar frio. - Então, Paris, está pronta para falar?
•Já disse... Não tenho nada o que falar coronel.- minha voz estava fraca, mas a determinação ainda estava lá.
~Veremos. - ele murmurou, a ameaça implícita clara.
Eu sabia que eu precisava resistir, pelo menos mais um pouco. Alicia, e meu tio estavam lá fora, e eu confiava neles para me salvar. Tudo o que eu podia fazer era resistir e esperar.
...
O tempo ainda passavam devagar, cada minuto uma batalha contra a dor e o medo.
Ruiz voltou, sua presença uma sombra constante. Ele me observava, seus olhos cheios de uma luxuria perversa, que me enojava. Cada toque, cada palavra sussurrada aumentava meu terror, mas eu me recusava a ceder.
•Vocês não vão conseguir nada com isso. E se tentar encostar em mim, mais uma vez, te juro... vou te estrasalhar! - desafiei novamente, minha voz fraca mas determinada.
~Ah, Paris... - ele sussurrou, um sorriso cruel nos lábios. - Você acha que consegue?
...
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In Your Eyes
FanfictionSinopse: (S/N), também conhecida como Paris, filha de Berlim e uma das integrantes do famoso assalto ao banco na Espanha, retorna a La Pampa, Argentina, após a bem-sucedida "fuga". Antes do próximo golpe, ela compartilhou momentos com Nairobi e He...