Anastasia
— Bom dia, dea. — escuto uma voz suave no meu ouvido e um beijo na minha bochecha.
Me viro ainda de olhos fechados e jogo meu braço esquerdo sobre o peito do meu marido e esfrego o nariz no seu pescoço.
— Minhas costas doem. — gemo, apertando meus olhos fechados.
— O preço a se pagar quando dormimos no sofá. — Christian murmura divertido e começa a desenhar círculos nas minhas costas.
Relaxo um pouco o corpo e abro os olhos, olhando para a sala ricamente decorada e agora banhada pela luz do sol.
— Essa casa é linda. Eu adorei. Já consigo imaginar as crianças correndo pelo jardim enquanto arrumamos uma toalha em baixo de um flamboyant. — Christian franze o cenho.
— Não temos um flamboyant.
— É por isso mesmo que você vai plantar um. — lanço para ele o meu olhar mais lógico. — Crianças gostam de balanço de pneus.
— Estou mesmo plantando uma porra de árvore no jardim? — eu assinto com um sorriso.
— Não seja tão carrancudo, você vai se sair bem. Troque o terno por macacões, os sapatos de couro por galochas e faça a sua mágica na terra. Você leva jeito com as mãos.
Christian sorri e me puxa para o seu peito, uma mão no meu cabelo e outra sobre a minha barriga.
— Você gostou mesmo da casa? Seja sincera, Ana. Por favor. — eu assinto, desenhando o contorno dos gominhos na barriga dele.
— Eu amei, é sério. Só estou um pouco triste por ficar longe da Mia.
— Ela vai poder vir aqui quando quiser, sabe disso. Além do mais acho que ela e o Elliot também precisam de um espaço para eles. — eu rio, me lembrando de todos os detalhes sórdidos que a minha amiga não teve vergonha de compartilhar comigo.
— Eu não acho que eles se importam muito com isso mas você tem razão. Só não vou saber o que fazer numa casa tão grande quando você não estiver aqui comigo.
— Pode me acompanhar quando quiser. Elliot sempre viaja comigo então a Mia também pode vir te fazer companhia. Além disso terá o bebê que vai te exigir muito tempo e prometo fazer o possível para ficar o máximo de tempo em casa. Não é suficiente? — um lampejo de tristeza colore os olhos dele e eu me sinto uma idiota.
— Não é isso, Christian. Eu amo quando está comigo mas não quero atrapalhar sua vida. — eu me sento e seguro o rosto dele nas minha mãos. — Olha, vamos fazer assim. Continuamos na casa antiga até o bebê nascer e depois nos mudamos para cá, pode ser? Não quero passar a gravidez sozinha ou andando de lá pra cá e acabar correndo riscos desnecessários.
Christian pensa por um momento e suspira, assentindo.
— Tudo bem, você venceu. Vamos fazer como você quiser, dea.
— Eu sempre venço. — pisco para ele e me arrasto até seu colo. — E aqui também pode ser o nosso cantinho da foda.
— Cantinho da foda? — Christian gargalha e agarra a minha cintura, me sentando sobre o seu pau já duro.
— Crianças tem casas na árvore, adultos tem cantinhos da foda. Cada um se diverte de acordo com as respectivas idades.