Anastasia
Quando saí, Christian estava sentado no sofá com os dedos puxando os cabelos. Ele nunca me pareceu tão tenso, olhando para mim com olhos preocupados e eu suspirei. Ele franziu as sobrancelhas e correu até mim, olhando do meu rosto para as minhas mãos. Entreguei o teste de gravidez negativo e caminhei para longe, fugindo do olhar desapontado que com certeza ele me daria.
A tranquilidade que eu achei que sentiria também não veio.
Me sentia esquisita, com um peso no peito.
Fui para a cozinha e enchi um copo com suco de laranja, olhando para a vista de Seattle através das janelas. Escutei os passos de Christian pelo apartamento até a sua figura ser refletida atrás de mim.
— Daqui para frente me prometa que vamos conversar sobre tudo. Quando decidirmos termos um filho será de comum acordo. Ou por estupidez e descuido. — dei de ombros. — Mas por favor, fale comigo.
Senti suas mãos circularem a minha cintura e me puxarem para o seu peito firme. Ele colocou o queixo no meu ombro e beijou o meu pescoço.
— Será como você quiser, baby. Me desculpe por ter sido tão estúpido. Mas eu ainda acho que teríamos um bebê lindo.
Mordi o lábio inferior para esconder a minha risada idiota. Christian sorriu e beijou meu pescoço uma última vez antes de entrelaçar os nossos dedos e me puxar para a banqueta.
— Mesmo você sendo um idiota... — dei a ele um olhar duro, fazendo-o rir ainda mais. — Eu concordo.
Christian sorriu vitorioso antes de dar um suspiro sonhador.
— Se fosse um menino eu ensinaria para ele tudo o que meu pai me ensinou e aos trinta anos ele se tornaria capo di tutti capi e daria continuidade aos negócios da família. Mas se fosse uma menina ela seria a minha eterna princesinha protegida de tudo e todos. Ninguém chegaria perto dela, nunca.
Estremeço, minha mente projetando todos os cenários possíveis.
— Eles ainda nem foram feitos e eu já tenho pena dos meus filhos. — resmunguei, me levantando do meu lugar e caminhando até ele. — Você está sangrando de novo. — toquei de leve a mancha vermelha na sua camiseta. — Estamos indo ao médico agora. E essa conversa acabou, meu filho não vai ser chefe da máfia e minha filha não será controlada pelo pai.
Os olhos dele brilharam e seus braços me abraçaram com força, me prendendo contra o peito machucado.
— Então nós teremos um filho? — ele me perguntou cheio de expectativas, erguendo as sobrancelhas sugestivamente.
Eu ri, acariciando seu rosto perfeito.
— Sim. Christian, nós teremos um filho. Mas não agora. — seu sorriso escorregou um pouco, mas ele assentiu.
— Tudo bem, dea. Eu posso esperar o seu tempo. — ele deu um beijo na minha testa, derretendo meu coração apaixonado.
— Ótimo, agora tome um banho e se vista. Estamos indo para o hospital em quinze minutos.
Christian assentiu e me largou, fazendo seu caminho para o quarto. Suspirei e fui atrás dele, tirando minhas roupas sujas de sangue pelo caminho. Escolhi um jeans e camiseta simples, me sentando na cama para esperá-lo.