Capítulo 11

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Anastasia

Eu nunca me senti tão entediada. Nunca. Eu já havia organizado centenas de eventos assim ao longo da minha carreira, mas nunca tinha efetivamente participado de um e só agora reconheço o quão sortuda eu era. Christian ria e conversava com os homens à nossa volta enquanto acariciava meus braços ou cheirava discretamente o meu cabelo.

— Eu preciso me ausentar um um momento, dea. — ele sussurrou no meu ouvido. — Infelizmente você não poderá participar dessa conversa, mas não se preocupe, Elliot cuidará de você. — Christian deu um beijo na minha testa e se levantou junto dos outros.

Os homens me ofereceram uma mesura sutil e saíram da minha presença em silêncio.

Elliot apareceu logo em seguida, ocupando a cadeira que Christian estava anteriormente.

— Uma mulher vestida de vermelho é a representação da perfeição. Mas à partir do momento em que ela se enrola nessas coisas fica parecendo um rato arrepiado. — ele apontou para uma senhora de vestido vermelho e casaco grosso de pele  caminhando até uma mesa não muito afastada da nossa.

Eu engasguei com gargalhadas, atraindo a atenção alheia à nossa volta. Uma outra mulher na mesa ao lado me lançou um olhar de reprovação, certamente desaprovando minha nada discreta explosão de risadas.

— Se não fosse por esses pecados da moda eu provavelmente já teria morrido de tédio. — Elliot completa com um suspiro e bebe um gole do seu champagne.

— Deus, alguém me entende. — joguei meus braços ao redor do seu pescoço e Elliot me abraçou carinhosamente, esfregando meus braços.

Passamos minutos assim, bebendo e falando mal da vida alheia. Elliot aproveitou a oportunidade e me contou alguns deslizes dos poderosos à nossa volta. Como o caso entre a senhora Le Domas com o seu próprio irmão, resultando na morte do homem ou a gravidez prematura da filha mais nova do senhor Fiorello que quase sofreu um infarto quando soube.

— Vocês vivem uma vida agitada. — ele deu de ombros.

— Não acho que seja muito diferente da que você tinha antes. Escândalos acontecem todo dia, nós só temos autonomia para mascará-los. Vem, vamos dançar um pouco.

Ele não me deu outra opção, só me puxou em meus pés e me arrastou para a pista ricamente iluminada. Não havia a loucura comum nas festas que eu costumava frequentar nem as batidas eletrônicas enfurecidas. O quarteto de cordas entoava um lamento lírico apaixonado enquanto alguns casais balançavam de um lado para o outro.

Elliot deslizou o braço ao redor da minha cintura e começamos nossa dança. Ele era bom, mas ainda ou pouco instável. Eu ria a cada passo errado e depois de duas danças desengonçada ele permitiu que eu nos conduzisse. Giramos pela pista com maestria enquanto alguns olhos curiosos recaíam sobre nós.

— Você dança muito bem. — Elliot elogiou ao final da nossa dança.

— Obrigado. Graças a minha mãe, eu confesso. Como uma boa latina ela me enviou para todas as aulas de dança possíveis. A desculpa dela era que eu precisava estar sempre conectada com a cultura. — ele riu, me oferecendo o braço para fazermos nosso caminho de volta à mesa.

— Anastasia? Acho que não vou conseguir me ver livre de você hoje. — o espanhol agora familiar de Marco soou nas minhas costas.

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