Anastasia
O ar carregado e poluído de Nova York enche os meus pulmões no momento em que desço as escadas do jatinho na área privada do JFK.
Ajeito meus óculos escuros e suspiro, observando Christian abrir rapidamente a porta do SUV e colocar o bebê conforto no banco de trás para que o barulho estridente dessa cidade não acorde o Teddy.
Taylor pede para que eu também me acomode dentro do carro enquanto a equipe de segurança faz as últimas checagens e eu assinto.
Entro do lado esquerdo e sorrio ao ver o meu marido fazendo cócegas na barriga do nosso bebê.
Christian se tornou ainda mais carinhoso e protetor depois que o Teddy nasceu. Essa obsessão dele pela nossa felicidade e bem estar passa dos limites as vezes mas eu conto até dez e aceito que esse é o papel de um marido dedicado e pai amoroso.
Meu celular vibra, uma mensagem da minha mãe brilhando na tela.
"Bom saber que você está
em Nova York.
Será que podemos conversar?"— Você disse para a minha mãe que estávamos vindo? — Christian nega com a cabeça e coloca o Teddy no bebê conforto novamente, apertando o cinto ao redor do corpinho dele.
— Disse para o seu pai sobre o batizado e já imaginava que ele falaria com ela. Por que?
— Ela me mandou uma mensagem pedindo para conversar. — reviro os olhos e bloqueio o celular, jogando-o dentro da bolsa. — Foda-se essa merda. Eu nem queria batizar o Teddy aqui mas preciso da cabeça do Alex e preciso que ela me dê paz para isso. A propósito, eu quero homens nos arredores da casa dos meus pais. Preciso saber de cada passo, principalmente os dela.
— Já está feito, dea. Agora só precisamos nos preocupar em eliminar o seu irmão, batizar o nosso filho e fingir que não sabemos de nada. — Christian pisca para mim e me manda um beijinho.
— Elliot e Mia?
— Vão chegar na hora do almoço. — assinto e massagrio os meus ombros numa tentativa de aliviar a tensão que sinto sobre eles.
Hoje é um grande dia para mim, um dos mais importantes da minha vida provavelmente.
Depois de todo o inferno que vivemos estamos finalmente conseguindo liquidar a conta.
Primeiro o Mario, agora o meu irmão.
E só falta o Marcelo.
O filho da puta sumiu do mapa. Nossos homens já reviraram a Espanha atrás dele, foram atrás de pistas coletadas mas até agora nada.
Isso me deixa ansiosa e temerosa, confesso.
Não tenho medo por mim, mas tenho pelo Christian e pelo Teddy.
Esse desgraçado pode fazer o que quiser comigo, mas com o meu marido e com o meu filho não. Eu prefiro morrer antes de ver algum dos dois ferido.
Quem me entende melhor em relação a isso é o Elliot.
Ele fica do meu lado sempre que o Christian não está. Escuta os meus desabafos histéricos e seca todas as minhas lágrimas enquanto promete fazer o impossível para me trazer o Marcelo, de preferência ainda vivo.
— Não precisa ficar tão nervosa, Ana. Vai dar tudo certo, nós temos carta branca aqui e a vingança é o seu direito, baby. — ele se inclina até conseguir segurar a minha mão e dá um beijo no dorso.
— Eu sei, baby. Nova York só me trás algumas lembranças e me deixa nostálgica, só isso.
— Posso perguntar que tipo de lembranças, senhora Grey? — ele arqueia uma sombrancelha e eu rio.