Capítulo 34

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Anastasia

— Acorda, baby. — ouço um sussurro baixinho no meu ouvido e abro os olhos.

O quarto está na penumbra, uma luz fraca aparecendo entre as frestas das cortinas. Ajeito meu corpo na cama e me viro, jogando meu braço sobre o torço do meu marido.

— Senti sua falta. — murmurro num quase sussurro e esfrego meu nariz na sua camisa, o perfume tão familiar me deixando mais calma.

Christian dá uma risadinha e me aperta com mais força contra o próprio corpo. Deito minha cabeça no seu peito e sinto ele deslizando os dedos pelos meus cabelos bagunçados.

— Você estava muito nervosa ao telefone ontem. Sabe que não gosto quando se altera. — ele suspira e levanta meu queixo, um V profundo surgindo entre as sobrancelhas. — E por falar em telefone o seu está desligado desde que nos falamos.

— Me desculpe, Christian. Eu estava tão exausta ontem que nem lembrei de colocá-lo para carregar. — ele assente e me dá um beijinho na testa.

— Consegui falar com a Mia e ela me disse que você estava dormindo. Fiquei mais tranquilo depois disso.

Christian me olha com o olhar mais doce do mundo e acaricia meu rosto quase em devoção, sorrindo para mim.

— Eu te amo. — sussurro e ele ri, me abraçando com força.

— Eu também te amo, Anastasia. Muito. Como está o nosso bebê? — Christian abre a mão sobre a minha barriga e o neném chuta na mesma hora.

— Ele está bem, nós dois estamos. Só um pouco magoada com a minha mãe mas isso vai passar.

— Quer falar sobre isso? — bufo e desvio meus olhos dos dele, meus dedos desenhando círculos imaginários na sua barriga.

— Meus pais não tiveram um início de casamento tranquilo. Mamãe se casou grávida do Alex e foi uma coisa meio que forçada. Papai estava trabalhando para levantar as empresas dele e a deixava muito sozinha. Para ela ele tinha um caso com cada mulher que o cercava, mas ele jura que sempre foi fiel. As coisas só começaram a melhorar depois que eu nasci.

— Mas seu pai já deu motivos para ela desconfiar dele?

— Não, nunca. Ele estava sempre em casa ou na empresa. Papai sempre foi um homem correto mas a minha mãe é estranha, acho que é até meio louca. A medida que eu fui crescendo ela colocou defeitos em todos os meus amigos e namorados, ninguém era bom o suficiente.

— Uh, ela deve me odiar então. — Christian debocha com um sorriso e reviro meus olhos.

— Quem se importa com o que ela pensa? Nós moramos bem longe dela, graças a Deus e não precisamos deles para absolutamente nada.

— Não queria causar problemas entre você e a sua família. — dou de ombros, me sentando na cama.

— Nunca fomos perfeitos, de qualquer forma. Agora, o que você está fazendo aqui?

— O seu telefonema ontem assustou o inferno fora de mim, Anastasia. Entrei no jato assim que terminamos de nos falar. — Christian puxa a minha mão e dá um beijo, olhando para mim com culpa. — Queria estar do seu lado quando a sua mãe descobriu sobre o bebê. Não merecia aguentar o surto dela sozinha.

— Isso não importa mais. Ela sabe, provavelmente a família inteira já sabe e é até melhor. Me economizou um tempo precioso. Falei do bebê, do casamento, foi quase um surto de sinceridade. — rio da minha piada sem graça. — Espero que eles pelo menos nos enviem alguns pacotes de fraldas.

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