Christian
Escuto Elliot e Matteo rindo, mas a minha atenção está totalmente no corredor que Anastasia entrou a quase dez minutos e ainda não voltou.
Ela estava nervosa, a gravidez já está avançada, Anastasia não gosta de ficar sozinha e eu deveria ter ido junto.
Vejo uma mulher vindo dos banheiros antes de se envolver numa conversa com um grupo próximo e um arrepio passa por mim, uma sensação estranha no peito.
Me afasto do meu irmão, ignorando suas perguntas e faço o mesmo caminho que a minha esposa fez minutos antes.
— Anastasia? — grito do início do corredor, recebendo somente silêncio como resposta.
Em três passos longos já estou abrindo a porta de madeira do banheiro para encontrá-lo na penumbra e, para o meu desespero, vazio.
— Christian, o que houve? — Elliot para ao meu lado, Mia vindo atrás com olhos arregalados.
Ignoro ele e volto correndo para a recepção, olhando para todos os lados atrás da minha mulher.
— Anastasia, baby? — as vozes se silenciam e todos olham para mim com curiosidade.
— O que está acontecendo, caralho? A Ana não tinha ido no banheiro? — Mia me puxa pelo braço, suas mãos trêmulas. — Pelo amor de Deus, Christian. Não brinca comigo assim.
Eu balanço a cabeça em negação por mera falta de saber o que dizer.
Os olhos dela se enchem de lágrimas e vejo as pernas dela falharem.
Me movo para ampará-la mas Elliot chega antes e a segura contra o peito.
— Vai, eu cuido dela. — ele aponta para o grupo de seguranças parados no fundo da loja.
Corro até eles e Taylor é o primeiro a se mover, parando ao meu lado enquanto observa os outros oito homens com olhos cerrados.
— Cadê a minha esposa? — rosno, lutando contra o bolo na minha garganta.
Eles trocam olhares assustados entre si e eu puxo minha arma da cintura, apontando na cabeça de um deles, acho que o seu nome é Federico.
— Cadê a minha esposa, caralho? — eu grito e ele engole, seus joelhos batendo.
— Senhor, nós não sabemos onde a senhora Grey está. — ele murmura quase num sussurro, olhando para mim quase em lágrimas.
— Vocês não sabem? — rio sem humor.
O pobre filho da puta nega com a cabeça e me fita quase implorando por misericórdia.
Mal sabe ele que nunca me ensinaram o significado dessa palavra.
Destravo o revólver e atiro na testa dele. Seus miolos explodem, uma bagunça de sangue e restos de cérebro sujando o nosso entorno enquanto ele cai aos meus pés como um saco de merda.
— Vou perguntar uma última vez. Cadê a porra da minha esposa?
— Christian? — olho por cima do ombro e vejo Alex correndo até mim.
Ele para ao meu lado e faz uma careta quando vê o corpo no chão.
— Fala, caralho. — ele se assusta e me entrega um pedaço de papel.
— Achei isso caído perto das portas de metal do depósito.
Puxo o bilhete das mãos dele e troco um olhar familiar com Taylor antes de me afastar. A próxima coisa que escuto é o som inconfundível do gatilho sendo apertado.