Os dias seguintes passaram devagar, como uma tartaruga. O clima entre Minho e Jisung não estava legal, e todos haviam percebido isso.
Jisung não aguentou e contou a verdade para todos, mas sem entrar muito em detalhes. Bem, Felix já sabia, pois Hyunjin havia contado a ele, o que deixou Han um pouco irritado. Ele não mencionou Hana nem o fato de que estava começando a sentir algo por Minho; queria que aquilo tudo não passasse apenas de um namoro falso.
Todos não viam a hora de voltar para Seul. Quisendo ou não, na cabeça dos meninos, tudo era um namoro falso, mas eles não entendiam o motivo de Minho e Jisung praticamente se ignorarem. Minho passava metade do tempo trancado no quarto e, quando não estava lá, saia para a rua e demorava para voltar.
As atitudes do mais velho preocupavam Jisung. Ele refletia sobre a conversa com Hyunjin e sabia que precisava se esclarecer com ele de uma vez por todas. Mesmo com receio, ele tinha que ir; não tinha escolha. Tudo aquilo era torturante.
Coisas do tipo "Você gosta dele de verdade?" e "Vocês formavam um casal tão lindo, podiam ter dado certo de verdade" eram ditas pelos meninos com frequência. Além dos vários conselhos, Felix até perguntou a Jisung se ele gostava do Minho e se tinha rolado algo a mais entre os dois nos últimos dias, mas tudo foi negado. No fundo, porém, ele sabia que havia algo, e não sabia quanto tempo mais eles iam ficar nessa tempestade.
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- Obrigada por nos deixar em casa, Channie - Hyunjin agradeceu ao mais velho, que ajudava a dupla a tirar as malas do carro.
- Sem problemas. Qualquer coisa, se precisar, é só chamar.
Jisung ajudou Hyunjin a colocar todas as malas na calçada enquanto agradeciam novamente ao Bang e se despediam de Seungmin. Assim que o carro sumiu de vista, ambos entraram em casa, deixando as malas na sala.
- Não tô afim de arrumar tudo isso hoje, e você? - O Han se jogou no sofá, fechando os olhos. Os últimos dias tinham sido cheios.
- Nem eu - se sentou ao lado do mais novo no sofá. - Também não quero cozinhar. Tá afim de pedir comida?
- Claro, não quero nem levantar desse sofá.
- Tem que pelo menos tomar um banho, seu grudento - bateu de leve no ombro do mais novo, que o olhou com cara feia, mas logo ambos começaram a rir.
- Como ele está? - As risadas pararam e agora ambos olhavam para algum ponto fixo qualquer na sala.
- Ele também não para de perguntar sobre você - Jisung engoliu em seco, sentindo seu coração encolher. - Sung, ele não liga pra Hana. Tem certeza que foi a escolha certa?
- Não sei, Hyun, sinceramente não sei - soltou um longo suspiro, sentindo a culpa tomar conta.
- Eu não vou te pressionar a nada - ele me encarou, tocando em meu braço. - Mas conheço o Minho e sei que ele é uma boa pessoa pra você. Não precisa se preocupar com a Hana. Sei que tá confuso, mas tudo é no seu tempo.
- Não pensei que fosse chegar nisso. No começo, era só pra ser meu falso namorado, e agora me pego gostando dele - senti meu coração acelerar.
Ficar tanto tempo sem se relacionar com alguém era, de certa forma, ruim. Jisung sentia a respiração falhar; nunca teve experiências boas com isso e, com o tempo, parou de tentar.
Mas ver-se gostando de alguém de novo, com coisas novas e sensações novas, chegava a ser assustador demais. Mas não custava tentar; já estava na hora de Hana sumir.
- Uma hora ela se cansa e vai embora, não é possível - falou, me fazendo soltar uma risada. - Qualquer coisa, é só dar um chá de sumiço.
Apesar de todas as dificuldades, era maravilhoso os dois morando juntos. Morar sozinho tem suas vantagens, mas acaba sendo um pouco solitário. No entanto, os dois sempre estavam ali, como irmãos, se apoiando.
- É, eu vou torcer pra isso acontecer - ele se levantou, se espreguiçando. - Bem, vou dormir, que amanhã tem trabalho.
Jisung deixou um beijo na testa do mais velho e logo subiu para o quarto. Precisava descansar bem; os últimos dias haviam sido longos.
