Rael
- Opa! - automaticamente empurrei Otto pra longe assim que senti os lábios dele nos meus. - Bom, isso serviu pra eu ficar mais sóbrio. - falei, rindo.
Ele não riu. Ficou um tempo só olhando pra mim, sério.
- Desculpa. - ele disse, um pouco baixo demais.
- Porque vocês estão se escondendo aqui? - perguntou Ana, a pessoa que tinha aberto a porta da dispensa de supetão e nos assustado.
- Otto acha que eu tô muito bêbado e tava tentando melhorar a minha situação. - olhei pra ele, que ainda estava muito sério, me fitando. - E você ajudou, Ana.
- Eu? - ela me olhou, confusa.
- Quando você abriu a porta, ela bateu nele, que bateu em mim, que bati nas prateleiras.
- Nossa! Você se machucou? - ela perguntou, sinceramente preocupada.
- Não, eu tô bem. - passei pelo Otto andando um pouco de lado e cheguei na porta, Ana me deu espaço e eu saí da dispensa. - Mas acho que tirei o bv do seu namorado. - falei rindo, e saí do local, deixando eles sozinhos.
Enzo não me esperava mais na cozinha, então fui pra sala atrás dele. Já devia ser umas duas horas da manhã e a quantidade de pessoas na festa ia diminuindo, mas ainda assim foi difícil encontrá-lo. Quando eu o avistei, ele tava jogado na minha cama, uma latinha de cerveja na minha mesa de cabeceira. Cheguei perto e me abaixei na frente dele. Ele estava dormindo. Sorri pelo nariz. No final, Otto estava errado. Enzo não estava querendo ficar comigo, então. Ou bebeu tanto que dormiu sem perceber.
- Como é que você vai pro seu quarto agora? - perguntei a ele, que dormia profundamente.
***
Passava das quatro da manhã quando as últimas pessoas saíram do nosso quarto tropeçando nos próprios pés de tão bêbadas. Os outros quartos do corredor ainda continuavam com a festa, mas com menos gente e menos barulho agora.
Nós tentamos limpar tudo da forma mais prática e higiênica possível, como dava, com todos nós mortos de cansaço e de sono, além de bêbados.
Ana estava no banho, Eduardo estava na cozinha inventando alguma coisa pra comer e Enzo ainda dormia na minha cama. Os três iriam dormir no nosso quarto aquela noite. Eu estava sentado na cama do Otto mexendo no celular quando ele chegou perto e sentou do meu lado.
- Ele apagou de verdade. - ele apontou o queixo para o Enzo.
- Total. Tentei até acordar ele pra subir pro quarto, mas não deu. Tá em coma.
Ele riu junto comigo.
- Uma pena que seus planos pra essa noite não deram certo. - ele disse, mais baixo.
- Não com ele, né? - eu continuei mexendo no celular enquanto falava.
- Porque? Você ficou com outra pessoa?
- Sim. Com você. - levantei os olhos e olhei pra ele sorrindo.
Ele sorriu também.
- Desculpa. - ele repetiu.
- Não precisa se desculpar. Foi um acidente. Ninguém sabia que a Ana ia entrar ali.
- Você não tá chateado?
- Claro que não. Aquilo não foi nada. - olhei pra ele de novo. - Porque?Você ficou chateado?
- Não! - ele respondeu, rápido. - Fiquei mais próximo do meu irmãozinho com aquilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Afterglow
Любовные романыRael é um jovem gay que acabou de ingressar na faculdade. Ele é muito bem resolvido com sua sexualidade, conhecido por todos como um homem sensível e de coração bom. Mas será que ele irá conseguir lidar bem com as mudanças que acontecerão na sua vid...