The Best Day

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Otto

Aquilo bastou.

Escutar da boca do Rael que ele queria tanto quanto eu, bastou pra mim.

Durante todos aqueles dias e semanas, desde que eu havia percebido o que sentia por ele, eu nunca soube se ele sentia o mesmo.

Na verdade, a relação dele com o Enzo me fazia pensar que meus sentimentos eram unilaterais.

Então naquele momento, deitado na cama com Rael, quando ele disse que queria aquilo tanto quanto eu queria, meu peito explodiu e aquilo era o que faltava pra que eu criasse coragem.

Coloquei minha mão em seu rosto, ainda com cuidado por conta dos machucados, e rapidamente inclinei meu rosto até o dele, selando nossos lábios.

Eu estava tão nervoso e com medo de estar agindo errado que mal conseguia pensar, eu só sabia que precisava beijar aquele garoto porque era isso que cada célula do meu corpo pedia.

Me demorei naquele selinho, sem fazer nada mais, apenas sentindo a maciez dos seus lábios e o aroma natural do seu corpo, com medo de machucar mais ainda sua boca. Minhas pálpebras tremeram enquanto eu me afastei lentamente, mas deixando nossas testas coladas.

Abri os olhos devagar e o encontrei me encarando, com tanto sentimento no olhar que eu senti vontade de chorar. Eu sabia que eu estava com uma expressão sofrida, porque o que eu sentia por ele era tão latente que doía, mas quando ele deu um sorrisinho de lado e colocou sua mão em meu peito, eu pensei que podia flutuar.

Ele sentiu minha respiração pesada com sua mão, e subiu ela devagarinho até meu rosto, onde fez alguns carinhos com os dedos.

Por algum motivo, ele sabia que eu estava muito nervoso e não sabia muito bem o que fazer, então ele escorregou o corpo pela cama, até que tudo em nós estivesse se tocando.

Com muita delicadeza, ele depositou um beijo no meu nariz e fez um carinho leve com o nariz dele, em um beijo de esquimó.

Isso me acordou do meu transe e eu o puxei pra mais perto, com minha mão em sua cintura e o beijei novamente.

Dessa vez, com mais sofreguidão.

Nossos lábios se moviam juntos, como se tivessem esperado por aquele beijo por muito tempo, nossas línguas pareciam que já se conheciam há tempos, e sabiam exatamente o que fazer dentro da boca um do outro. Minha outra mão foi de novo para o seu rosto enquanto a dele desceu pra minha nuca, puxando os cabelos curtinhos que eu tinha ali.

O quarto pareceu bem mais quente e os sons do nosso beijo misturados com nossas respirações pesadas e entrecortadas e alguns suspiros que não conseguíamos evitar criavam uma atmosfera diferente de tudo o que eu já tinha vivido. Meu coração batia forte e rápido, meus dedos tremiam um pouco em seu rosto e na sua cintura, onde eu só conseguia apertar e apertar mais. Toda aquela situação possuía tanto tesão que eu pude sentir meu ponto sensível endurecer e aquilo me assustou.

Eu cortei nosso beijo, minha respiração forte no rosto dele, ele também respirava fundo e percebi no seu rosto que ele também estava sentindo aquele calor, aquele clima.

Acho que meu olhar demonstrou alguma coisa, porque ele colocou as duas mãos no meu rosto, tentando controlar a respiração.

- Está tudo bem. - ele disse, sussurrando, colando nossas testas novamente. Uma de suas mãos desceu até meu peito e fez carinho ali. - Respira devagar.

Eu fiz como ele disse, mas quando eu me acalmei mais, a sensação de choro veio com força e eu o puxei novamente em um abraço, afundando meu rosto em seu pescoço enquanto ele fazia carinho nos meus cabelos. Respirei fundo sentindo aquele cheiro gostoso da sua pele.

AfterglowOnde histórias criam vida. Descubra agora