16. Orgulho e preconceito

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• Hanna •

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• Hanna •

O momento em que percebi que gostava de mais de um gênero não foi um marco muito memorável. Foi repentino e ao mesmo tempo gradual, então como sempre, esta não é uma história particularmente emocionante. Eu tinha quinze anos, e na época tinha tido interesse por mais de uma garota, a maioria estrelas de cinema. Mas nunca tinha interpretado meus sentimentos como paixão; só pensava que admirava muito. E ainda comentava com Benji, ele achava o máximo. Não me ocorria que aqueles sentimentos eram semelhantes à forma como eu me sentia com caras de quem eu gostava. Vi um post no Tumblr com o título "Você não vai acreditar que essas atrizes são bissexuais" ou alguma idiotice parecida. Não sabia o que isso significava na época, então fui pesquisar. Não demorei muito para me reconhecer em muitos artigos que encontrei.

Falei com Benji, ele me apoiou. Conheci algumas garotas, e me envolvi por um tempo com uma caloura da faculdade, mais velha que eu. Bom, foi um caos. O começo foi ótimo, claro, e o sexo era divertido, mas garotas mais velhas geralmente não levam bissexuais de dezesseis anos a sério. É o que me deixa na defensiva. Essa é a primeira vez que gosto de uma garota que realmente gosta de mim também.

Não sabia o que fazer, queria gritar para Elizabeth que era recíproco, mas Ethan colocou uma pulga atrás da minha orelha que não queria sair de jeito nenhum. Quando finalmente fiquei melhor e ia dizer o que estava sentindo, ela chegou e... argh, não gosto nem de lembrar da cara dela me dizendo que dormiu com a Fae. Entreguei Lizzie de bandeja para a garota. Então era hora de aceitar que o momento passou, e seguir em frente.

– Conrad, que merda de tiro foi esse? – A professora de educação física, que aceitou me treinar algumas vezes na semana, grita – Minha avó consegue sair mais rápido da base.

– Desculpe, estou distraída – Respiro ofegante, colocando a mão na cintura para me recuperar.

– Se não quiser levar isso a sério, podemos parar por aqui. Porque seu desempenho hoje está fisicamente doloroso de olhar.

– Eu vou levar a sério. Juro.

– Vá para o banho, a gente continua amanhã – A professora fecha a prancheta, balança a cabeça e vai em direção ao seu escritório.

Eu respiro fundo e dou algumas voltas no mesmo lugar, limpando o suor do rosto, que deve estar mais vermelho que a pista de corrida. Quando levanto a cabeça novamente, uma figura familiar chama minha atenção nas arquibancadas.

A essa hora da manhã, a loucura já está prestes a começar, pois o time de futebol está chegando para o primeiro treino do dia, e há uma confusão de apito e gritos de jogadores animados. Mas toda vez que olho pra ela, é como se o mundo a minha volta não existisse. Toda maldita vez.

Elizabeth se levanta e começa a descer as escadas, carregando dois copos de isopor nas mãos. Está gloriosa essa manhã, com uma camisa branca de botões por baixo de um colete cinza bem fofo e uma saia plissada, o cabelo está todo solto, com as novas tranças, agora com um pouco de louro, emoldurando seu rosto. Enquanto eu estou suada, descabelada, e de mau humor depois de ter levado uma bronca por estar pensando justamente nela.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora