28. Chasing Cars

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• Hanna •

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• Hanna •

Sei que não deveria, mas não consigo evitar, e salvo o vídeo de Lizzie na galeria. Edito e tiro o som, pois não quero ouvir mais uma vez o que ela tem a dizer, apenas quero vê-la. Estava tão linda. Usava uma saia de couro vermelha, meias arrastão e uma bota preta tratorada. Na parte de cima, um top do mesmo tecido e da mesma cor. Uma tiara de chifres e um cetro. Ao mesmo tempo que a fantasia não tinha nada a ver com ela, tinha tudo a ver. Sentia uma leve inveja da loura, que estava perto dessa garota maravilhosa e intimidadora.

Fiquei vendo o vídeo por semanas, todos os dias. Além disso, também comecei a ler Shakespeare. Era horrível, eu não entendia nada, e também não sabia o porquê dela gostar tanto. Mas continuei.

Sabia que ela havia mentido para mim, me humilhado publicamente, me deixado sem nem piscar, mas de alguma forma eu não conseguia cortar o maldito cordão que me ligava a ela.

Bruna, que estava ao meu lado na aula, pigarreia e tira o celular das minhas mãos. onde eu estava, mais uma vez, atualizando a página do Twitter. Estou com um problema sério de dependência que preciso resolver o mais rápido possível, pois devia estar prestando atenção no conteúdo que cairá na prova da semana que vem e não consigo tirar Elizabeth da cabeça.

– Obrigada – Murmuro de mau humor e bufo, me recostando na cadeira.

– Já faz quase um mês – Bruna reclama.

– Eu sei.

– E só o que você faz é ficar nessa cegueira dormente e mexendo no celular o tempo todo. Ou procurando notícias da Elizabeth, ou falando com Aster.

Eu sei – Repito e pego o aparelho de volta, o jogando na bolsa para que eu me concentre.

– Você já pensou sobre o jogo? – Ela arrasta a cadeira mais para o meu lado, sussurrando para não chamar a atenção do professor, que está passando casualmente pelas carteiras.

– Não quero ir – Suspiro passando o dedo indicador pelo monitor em nossa mesa, movendo o corpo humano na tela para fingir que estamos realizando a tarefa.

– Hanna! – Bruna se virou para seu monitor porque o sr. Hamilton começou a passar pela nossa fileira. Na tela havia um diagrama de alguns órgãos internos – Onde fica o rim? – Ela perguntou. Apontei, e o órgão em formato de feijão escureceu quando meu dedo encostou na tela. O sr. Hamilton passou por nossa mesa, distraído à nossa conversa – Por que não vai comigo?

– Não gosto de futebol – Dou de ombros – Você pode ir sozinha, sabia? Ou com Abby e Helena.

– Mas preciso de você lá, elas também não gostam de futebol, e você está me devendo – Ela segurou meu braço – Vamos, tem que admitir que assistir Liam jogando vai ser um tesão.

– Você é tão dramática, Bru – Ri um pouco alto demais, o que chamou a atenção do professor – Mas sim, ele é um tesão – Sussurro.

– Meninas – Disse o sr. Hamilton – Não estou vendo ninguém estudando aí nesse canto.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora