29. Brisa de realidade

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• Hanna •

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• Hanna •

Eu não gosto de problemas. Nunca gostei. Por isso sempre andei na linha, e seguia uma rotina bem desenhada. Então evito quando posso e também não gosto que as pessoas tragam problemas pra mim.

Naquela noite, durante o intervalo do jogo enquanto Aster saiu para nós comprar refrigerante, eu peguei o celular, e silenciei a conta do Twitter com a qual eu estava obcecada. Bloqueei também o Instagram de Lizzie, para me obrigar a parar de ver suas fotos antigas. Era o início de uma nova fase, o "Elizabeth Anônimos".

Estou entediada. Não gosto de futebol e certamente Bruna não está nem ligando se estou aqui ou não. Ela está bem animada, e já até chamou uma garota de sua turma de cálculo para se sentar com a gente. Então olho de soslaio para Aster, que acabou de voltar, seguro sua mão e me levanto devagar, colocando o dedo indicador sobre os lábios para que ela faça silêncio.

– Aquilo está um lamento – Justifico quando chegamos à base da arquibancada – Desculpe ter feito você vir.

– Hanna, se você me chamasse para assistir uma palestra chata de filosofia, eu viria.

Meu Deus. Ela é realmente muito boa nisso. Eu tinha esquecido do quanto Aster pode ser perigosamente sedutora quando quer. Não sei se vou ser capaz de resisti-la por muito mais tempo. Não sei se quero. Sei que preciso parar de me segurar, isso é certo.

– Filosofia não é tão ruim – Murmuro mais para mim mesma.

– O que vai fazer amanha? – Ela pergunta enquanto andamos sem rumo.

– Eu estava saindo todo fim de semana em busca da minha grande aventura, mas não tenho dormido muito bem nas últimas semanas, então quero tentar recuperar o sono antes de voltar a sair por aí. Por quê? Tem algo em mente?

– Meus planos também envolviam cama – Ela arqueia as sobrancelhas, e eu solto uma risada abafada, a empurrando com o ombro – Posso dormir aqui? Sua colega de quarto se importa?

Não sei o que responder. Estou em dúvida se conto logo de uma vez que a garota sobre quem comentei com ela na verdade estudou aqui. Que ela era minha colega de quarto, e que agora o cômodo me dava arrepios, sempre que olhava para a cama vazia. Que comecei a jogar coisas lá para que o entulho me impedisse de pensar muito nisso. Também não sei quanto tempo em fico em silêncio, mas Aster para a caminhada e me encara. Seus olhos verdes estão mais claros essa noite, quase brilhando sob a luz difusa dos postes espalhados pelo jardim.

– Não tenho colega de quarto.

– Sortuda – Ela bufa, satisfeita com a resposta, e eu suspiro. Não, não vou contar. Nem sei o que é isso que está rolando entre nós – Então, vai me mostrar o resto do colégio?

– É tão grande – Resmungo – Mas tudo bem. Vamos ver a piscina, já que estamos na ala de esportes mesmo. É bem legal. Fica sob uma redoma de vidro que, de dia, sempre aparece um arco-íris.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora