27. A princesa e o sapo

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• Hanna •

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Hanna

Acabamos chegando na escola cedo demais, e não quis me prolongar no dormitório porque não conseguia encarar o lado vazio onde as bugingangas de Lizzie costumavam ficar. Apenas deixei a bolsa em cima da cama, notei que não tinha nenhuma colega nova, e parti para a sala.

Fiquei fazendo desenhos no meu caderno, quadrados dentro de quadrados, conectando uns aos outros para formar caixas, e pulando as páginas em que Lizzie tinha escrito baboseiras românticas. Dez minutos antes de a aula começar, a sala ainda estava vazia.

Eu estava começando a colocar na minha cabeça que minha vida precisava voltar a entrar nos eixos, mas precisava de um tempo para me preparar psicologicamente para estar novamente cercada de pessoas que não fossem Benji, Bruna e Olívia.

Fechei os olhos e tentei lembrar como foi, um mês atrás, ficar deitada na cama ao lado de Elizabeth, com suas pernas esticadas um pouco mais compridas que as minhas, o cheiro tranquilizador de sua pele, o tom da sua voz. A cabeça dela virando na direção da minha para roubar beijos, e como, no fundo, ela parecia contente depois de cada um. Seu modo de andar, com o corpo ligeiramente inclinado para a frente, como se quisesse estar sempre à frente de todo mundo. Era a garota mais forte que já conheci, passava a impressão de que nada conseguiria derrubá-la.

Um sonho distante agora. Uma mentira. E eu uma idiota por estar preocupada por não conseguir dar feliz aniversário pra ela.

A: Bom dia, ruivinha!

A mensagem que Aster me enviara hoje cedo continuava sem resposta.

– Hanna – Meu nome é chamado, e eu levanto a cabeça para encontrar Fae com as mãos na minha mesa – A gente precisa conversar.

– Eu já vi a foto – Resmunguei respirando fundo e apoiei as costas na cadeira – Não temos o que conversar.

– Não foi eu!

– Fae, é sério, eu não to a fim. A gente te viu no Píer, e você era a única "fã" que tinha aparecido em Brighton. Me poupe. Se você queria tanto ela pra você, tinha que ter dado o bote antes, quando ela ainda me odiava. Agiu tarde demais, e acabou com a minha vida. Então com licença.

Ela deve desistir de tentar me convencer, então retoma seu caminho e vai se sentar no fundo da sala. Bufo e volto para a minha atividade produtiva de desenhar quadrados. Preciso falar com ela, preciso contar que vi a foto, que sei por que ela foi embora. Que ela pode voltar, porque não vou surtar com isso. Quero desejar feliz aniversário e dizer que a amo.

Na última aula do dia, me lembro que Bruna também não faz essa matéria comigo, mas fico feliz que Abby faça. E também tenho aceitado suas limpezas de áurea, esperando que realmente funcionasse e eu conseguisse dormir a noite.

A professora Ballard ligou o retroprojetor enquanto eu me sentava na frente da classe, depois ficou remexendo nos papéis em sua mesa abarrotada. A sala estava alvoroçada com conversas, que ecoavam pelas grandes janelas molhadas de chuva.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora