4. Uma boa cerveja sulista

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• Hanna •

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• Hanna •

Consigo aguentar Elizabeth por mais alguns dias, e estou feliz da vida porque o fim de semana chegou. Bruna tem que ir para casa, mas concorda em se encontrar comigo no sábado a tarde para me mostrar o píer. Decidi começar pelo turismo local, para depois ir explorando o resto da região. Estou mais animadinha que um pug, pois está sol e vou curtir um dia de praia bem longe de todo o drama de Elizabeth Taylor, que por acaso, também vai ficar aqui durante os fins de semana. É um castigo e um lamento.

Ela está mais amarga a cada dia que passa aqui em Brighton, e fica o dia no quarto lendo peças de Shakespere, se achando a garota mais culta do colégio. Eu até penso em chama-la quando ela me vê arrumando a bolsa, pois sei como aqui deve estar sendo uma prisão para ela, mas prezo pelo meu bom senso e minha saúde mental. Hoje preciso me divertir.

Assino a autorização para sair e coloco o endereço de onde vou estar, então ando aqueles dez minutos para chegar na estação e estudo meu mapa, sobre qual linha tenho que pegar. Acho que estou indo bem, o planejamento está dando certo, e estou conseguindo me virar sozinha. Mereço uma estrela.

Mando uma mensagem para Bruna para avisar que já estou chegando e ela me responde com uma foto dela já de óculos escuros na areia.

Um sol forte brilha lá fora, mesmo o outono estando prestes a começar. Quando saio da estação, vejo ruas cheias de casinhas brancas se estendendo à minha frente, pontuadas por pubs e cafés que o pessoal de Londres pagaria caro para ter na esquina, por exemplo, querendo imitar o visual vintage que só Brighton tinha. Combinei de encontrar Bruna direto na praia, então ajeitei a bolsa no ombro e comecei a caminhar.

Quando chego na areia branca, deixo escapar um gritinho animado. O píer se estende pelo mar azul-esverdeado como se fosse um quadro em um daqueles balneários costeiros antigos, onde pessoas da era vitoriana nadavam com uns maiôs ridículos que batiam nos joelhos. É perfeito.

Quando encontro Bruna, ela se levanta correndo e vem me abraçar com um sorriso enorme no rosto.

– Que dia! – Ela dá pulinhos de alegria ao me conduzir para onde tinha deixado as coisas – Finalmente um sábado de sol longe do colégio.

– Vocês falam como se Southwestern fosse terrível. Eu adoro aquele lugar.

– Vocês quem?

– Elizabeth – Bufo levantando os óculos escuros e me jogo na areia fofa – Mas não quero falar dela, o dia está lindo demais para pensar na minha rabujenta colega de quarto.

Para o primeiro fim de semana, escolho o melhor biquíni que eu trouxe, um fio dental vermelho vivo. Elizabeth me estressou tanto antes de sair que ao invés de vesti-lo por baixo da roupa, joguei na bolsa, então tenho que caminhar até o banheiro no deque para me trocar.

Na volta, puxo Bruna pela mão e juntas corremos até o mar. Era isso o que eu queria, essa era a sensação que eu estava buscando, essa energia ao fazer algo ridiculamente espontânea. Rindo, tropeçando, cabelo no rosto, e um segundo depois, a água gelada toca minhas pernas e costas, tirando de mim um grito agudo. Decido que nada vai estragar esse dia.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora