31. Está calor de repente?

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• Hanna •

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• Hanna •

– Acho que sua colega de quarto tem um leve crush em você – Aster diz quando chegamos em seu carro, estacionado do lado de fora do colégio. Se ela soubesse que na verdade o que eu e Elizabeth temos é uma paixão que me queima de dentro pra fora, ela não diminuiria isso a um leve crush. Quero dizer, se Lizzie sentir mesmo o que diz que sente. Se ela não estiver mentindo de novo – O que eu acho super plausível, inclusive.

Saímos já quase na hora do almoço, o que me dá pouco tempo para descobrir o que preciso fazer. Não quero passar o dia inteiro com ela sem contar a verdade, e depois encontrar Elizabeth, sem decidir se vou perdoa-la. Odeio isso, faz eu parecer uma megera que não liga para os sentimentos de ninguém. E eu ligo. Na verdade eu vivo e morro pelos sentimentos dela.

– Hanna?

– Oi.

– Você ficou sem falar nada por tipo, uns cinco minutos – Aster liga o aquecedor quando percebo que já estamos perto da estação de trem, e ainda não disse quais são os planos.

– Desculpa, estou distraída – Abri um sorriso, esfregando as mãos para espantar o frio mais rápido.

– Sim, desde ontem à noite.

– Desculpa, você pode... – Engulo em seco, e minha respiração começa a ficar ofegante, então abro o vidro do carro, e o vento gelado do inverno me acerta com tudo – Você pode voltar?

– O que? Por quê? Hanna, já é a segunda vez que você me joga para escanteio, e eu vim de Londres pra te ver. O que tá rolando?

– Eu sei. Me desculpa, mas eu não to legal – Tento dizer, mas meu coração acelera, me jogando no vulcão da ansiedade.

– Quem é aquela garota? Quem é a sua colega de quarto? – Aster para no acostamento, e com o carro ainda ligado, se vira para mim – Por que tem uma foto das duas colada no armário dela? Por que ficou tão desnorteada quando a viu?

– Acho que você já sabe a resposta.

– Quero ouvir você dizer.

– Lizzie é a garota pela qual estou apaixonada – Solto, respirando fundo.

Está? No presente?

Coloco as mãos no rosto e apoio o cotovelo nos joelhos, e finalmente choro. Aster não tenta me consolar, sabe que estou errada, em vez disso, ela segura com força o volante, os nós dos dedos ficando brancos, seus olhos normalmente verdes assumindo um tom escuro.

– Por favor, se coloque no meu lugar – Imploro – Não quero perder sua amizade, senti sua falta.

– Me colocar no seu lugar? Hanna, eu sei que tive meus momentos. Mas pelo menos eu não fico tão confusa com os meus sentimentos a ponto de machucar alguém. Você não pode ficar em uma maldita corda bamba, e nem ficar me usando de estepe dessa forma.

Até que te encontrei (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora