Capítulo 4⚔️

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Layla

— Você tem noção de que eu deixei uma vida lá fora, não tem? -questionei para Darlion.

Ele me encarou.

— Chama aquilo de vida? -questionou.

— Não é porque contei minha vida deprimente para o Chris que você deve opinar nela. -cruzei os braços.

Ele se aproximou.

— Trabalhar durante o dia em uma lanchonete para receber pouco, e trabalhar durante a noite em uma boate como dançarina para receber quase o mesmo, e ainda de brinde ser assediada por isso, pode ser chamado de vida? -ele questionou, cara a cara comigo.

— Para quem não tem nada mais, é sim. -respondi, erguendo o queixo.

— Agora tem outra opção. —disse sério— você tem um destino, e essa opção é praticamente obrigatória, mas não vai se arrepender dela.

— Como pode ter tanta certeza? -questionei.

— Apenas tenho, é o que aconteceu com todos aqui. -se afastou.

— Qual é a sua história deprimente? Darlion. -perguntei.

— Não é da sua conta.

— E a minha é da sua conta?

— Não posso fazer nada se você falou alto demais. -ele disse.

— Canalha. -bufei.

Ele sorriu de lado, fechado.

Estamos em uma sala, eu estou sentada em uma poltrona confortável, de estofado vermelhos bordô. Christian teve um assunto a resolver na sala de treinamento, e Darlion ficou com a missão...

A porta se abriu.

— Layla Agreste.

Eu estremeci com o poder da voz, poderosa como um trovão, eu não me virei, esperei, as mãos apertando os braços da cadeira, eu encarei uma silhueta surgir, um homem de cabelos pretos azulados, ele sentou na cadeira mestre diante da mesa de escritório, e eu pude ter visão do seu rosto, traços bonitos e brutos,   parecia que um artista tivesse feito sua obra ali, como se ele quisesse que tivesse toda a brutalidade de uma batalha, mas com uma beleza estrondosa. Os olhos do homem são um livido azul cristalino, carregando nuvens de sonhos através deles, as sobrancelhas cheias e grossas.

O homem se esticou pouco na sua cadeira, me encarando de cima a baixo assim como eu fazia com ele.

— Enfim a encontramos. -ele disse.

Pude ouvir Darlion resmungar um "comunistas".

— Vocês já me procuravam. -falei.

— Pelo visto te puseram a par de tudo. -um olhar para Darlion.

O mesmo pareceu não ligar para o olhar do diretor sob ele.

— Sim. —se voltou para mim— estamos a sua procura, o último rastro que tivemos de você foi no Brasil, tentamos trazê-la conosco, mas perdemos de vista outra vez. -falou, como se repreendesse uma criança.

— Não que eu fosse aceitar vir com estranhos para o mundo de Alibaba, né? -ironizei.

— No entanto, veio com um dos nossos cavaleiros. -ele disse.

— Fui arrastada. —corrigi— eu segui ele para não morrer depois que me obrigou a pular no trem.

Ele encarou Darlion que me lançou um olhar de tédio.

— Você ainda vai me agradecer. -ele disse.

— Não, não vou não. -falei, encarando os olhos de nevoeiro do mesmo.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Onde histórias criam vida. Descubra agora