Capítulo 19⚔️

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Layla

Encaro no mapa as rotas de evacuação da cidade, encaro os portais de travessia.

Eu solto um suspiro, provavelmente será necessário uma evacuação caso não consigamos abrigar todos os cidadãos nos esconderijos.

Eu ergo meu olhar para Dexter que vê alguns documentos na mesa.

Tamborilo meus dedos na madeira, mordendo o lábio.

— Pergunta. -falo.

— Manda ver. -ele me encara.

— Morfeu disse que Kanandrê passou todo o seu poder para mim, para que eu fosse o recipiente onde o poder ficaria ali, pairando, o poder me pertence, então, posso usá-lo para destruir Morfeu? -questiono.

Ele deixa os papéis de lado e me fita por alguns segundos.

— Se você tivesse um pouco mais de controle, só um pouquinho mais, seria possível. -ele assente.

— E eu tenho. -falo.

Ele me encara.

— Eu fiz a minha constelação, eu atingi o último estágio de um cavaleiro, consegui o controle de todo o poder que porto. —explico— eu o consegui quando tentei sair do cativeiro em que Morfeu me mantinha. Consegui vir até você por causa do poder.

— Nem me lembre do que aquele... Infeliz fez. -ele disse, apertando a caneta em suas mãos.

— Posso matá-lo. —falo— não vou mais me confiar em Kanandrê, ele parece não saber o que fazer, parece uma criança perdida em meio a um tiroteio. -sacudi a cabeça.

— Acho que tenho explicação para ele. -ele disse.

Eu o encaro.

— Lembra que no livro dizia que com o tempo a consciência da pessoa iria perdendo muitas memórias até que ela sumisse e ficasse apenas o subconsciente de seu animal guia?

Eu assenti.

— Acho que foi isso o que aconteceu com ele, ele está assim porque não lembra de nada mais ligado ao que ele era antes, só lembra da ameaça e dos cavaleiros, apenas isso. -ele disse.

— É possível que ele tenha perdido quase tudo? -pisco.

Ele assente.

— É a única explicação, porque até mesmo os outros diretores o estranharam na reunião, você viu. -ele aponta.

— Eu posso julgar ele por muitas coisas. —murmuro— mas não desejo sua morte, ele foi a maior vítima afinal.

Ele assente.

— Nós o vemos inteiro, mas não sabemos os escombros que está sua mente, ele deve estar em um conflito com sigo mesmo mentalmente, tentando encaixar os pedaços quebrados e desconexos de memória, acho que ele está se esforçando demais para recuperar isso e não decepcionar ninguém. -ele disse.

— Eu o entendo nessa parte. —falo— eu fazia isso.

Ele se ergue, caminhando até mim.

Ele beijou meu ombro exposto pela alça fina do vestido.

— Vamos matá-lo, eu prometi a você. -ele diz.

Eu sorri fracamente, um sorriso sem alma.

— Acha mesmo que o deixarei ter um final feliz depois de ele me destruir? —encaro o nada— eu vou o fazer virar pó.

Eu farei isso, farei.

Ele abriu a boca quando então, um estrondo, tão alto que me segurei no batente da mesa para não ir ao chão, um estrondo que estremeceu não só o escritório, mas o mundo inteiro.

A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada Onde histórias criam vida. Descubra agora