Layla
Eu derrubei o garoto no ringue, minhas pernas prendendo a sua cabeça em uma tesoura.
Ele se debateu, sem ar, tentando afastar as minhas pernas, mas não conseguia.
Eu apertei mais um pouco, apenas para deixá-lo em pânico, e foi o que aconteceu, ele arregalou os olhos, soltando um ruído sufocado, ele bateu três vezes no chão do ringue, em sinal de rendição, eu afrouxei o aperto, e o libertei.
Ele puxou o ar com força, tossindo um pouco, completamente vermelho.
— Muito bem. -disse Asmodeus.
Eu já estou de pé, eu ofereci minha mão ao garoto, ele a encarou por alguns segundos, eu inclinei minha cabeça, um convite, sua mão segurou a minha e com um puxão eu o ergui.
— Lutou bem. -ele disse, ofegante.
Eu sorri.
— Você também. -falei.
— Turma dispensada. -disse Asmodeus.
Todos soltaram suspiros aliviados, caminhando para fora da ala de treinamento, eu me virei, pegando a minha pequena tolaha de rosto, me dirigindo a porta para fazer o mesmo.
— Layla.
Eu parei ao ouvir a voz de Asmodeus, eu girei nos calcanhares, e o encaro.
— Senhor?
— Está indo muito bem nas aulas. —ele disse— seu desempenho tem melhorado muito nestes meses. Bom trabalho.
Eu pisquei, acho que isso é o melhor de um elogio que conseguirei dele, e pelo o que ouvi de muitos, é raro ele fazer isso, então, vou valorizar.
— Obrigada. -falei.
Eu ia sair quando mordi um lábio, e o encaro novamente.
— Posso fazer uma pergunta? -questionei.
— Já está fazendo. -ele se direcionou a mesa de armas.
Eu o segui, as mãos nas costas, observando o grande e másculo samoano.
— O senhor pegou pesado comigo, debochou. —falei— tirou sarro por eu ser humana, disse que se eu não aguentasse eu deveria pedir para sair, disse que eu era fraca, pensei muitas vezes que queria me ver morta, então... Por que está me elogiando agora? -perguntei.
Ele piscou, se virando em minha direção.
— Nunca desejei sua morte, garota. -ele disse.
— Não respondeu a pergunta. -falei.
— Pois bem.
Ele deu um passo a diante.
— Diga-me, tudo isso, tudo o que falei para você naquele momento e tudo o que ainda te digo hoje, não foi um empurrão para você se esforçar? —me encarou nos olhos— me diga se cada palavra ofensiva que eu disse, a fez sentir raiva e sede de progredir para esfregar na minha cara depois.
Não poderia negar.
— E olhe só para você. —ele disse— ganhou peso, ganhou massa, ganhou músculos, está mais forte.
Ele parou diante de mim.
— Vejo que está progredindo. —ele disse— mas ainda não vejo o que Kanandrê viu em você para te escolher. Então, garota, o inferno continuará até que me mostre, até que eu veja com os meus próprios olhos o motivo pelo o qual ele escolheu justamente você, para ser a última cavaleira.
Ele caminhou até a porta, me encarando de relance.
— E Layla...
Eu ergui o meu olhar.
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A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada
FantasyLayla Agreste, uma jovem leitora e garçonete durante o dia, e uma stripper em uma boate durante a noite, ela vive sua vida pacata e cheia de dores, sempre seguindo em frente, mas isso muda em uma noite, quase sendo vítima de estupro ela pensa que su...