Layla
— Não tive a oportunidade de te parabenizar pela vitória. -Dexter me encontrou na ponte.
— Obrigada, então. -murmurei, fitando o rio.
— O que você tem? -ele me analisou.
Eu rolei os ombros.
— Nada demais. -falei.
— Acho que esse nada demais pode se resolver com um café, e com torta de morango. -ele me oferece seu braço.
— Não tem nada para fazer? Suponho que você seja ocupado. -falei.
— É claro que tenho, estou atolado de tantas coisas que acho que irei me afogar em algum momento neles. -ele disse.
Eu o encaro.
— Mas sempre terei tempo para você. -ele disse.
Ele apontou com seu braço novamente, eu o segurei.
— Isso. -sorriu de lado, caminhando comigo pela ponte.
Eu suspirei, caminhando com ele.
— Você foi incrível no jogo. -ele me disse.
— Pensei que estivesse com raiva pela derrota. -falei.
— Sei ganhar e sei perder, senhorita. -ele disse, cordial.
— Nesse caso, obrigada. -murmurei.
— E como está Darlion? -me perguntou.
— Com as costelas quebradas. -falei.
— Lamento muito. —ele disse— mas ele já estava provocando Brutus demais durante o jogo, eu avisei a ele que não controlo a vontade do dragão.
Eu o encaro.
— Como assim? -questiono.
— Os dragões são sered vivos como nós, Layla, sentem tristeza, raiva, alegria, tomam decisões, e tem suas vontades, Brutus havia explodido naquele momento, por isso ele atacou o dragão de Darlion, que também o estava provocando. —ele disse— mas garanto que ele se arrepende pelo o que fez com o dragão.
— Também sentem arrependimento? -questiono.
— As coisas mais sagradas para um dragão não são nem mesmo as chamas. —refletiu— e sim suas asas, podem até não ter fogo, mas o que é um dragão sem suas asas? É como perder parte de sua vida, eles respeitam isso, e Brutus está arrependido pelas asas.
Eu assenti.
— Eu ajudei a cuidar da asa de nevasca. —falei— rasgou feio, mas eu dei um jeito e conseguir aplicar pontos nas asas, se os deuses quiserem, elas vão colar e cicatrizar.
— Alguém boa com animais. -ele disse.
— Eu cuido das criaturas mágicas que os cavaleiros capturam. —falei— é um trabalho um tanto perigoso, muito perigoso, mas eu gosto, já me acostumei.
— Você tem fetiches sanguinários e suicidas, devo me preocupar? -me encara.
Eu soltei uma risada, saiu um pouco rouca, mas foi uma risada, uma curta gargalhada.
Dexter pareceu ter visto uma miragem, um fantasma.
— Sorria de novo. -pediu.
— Quê? -pisquei.
— Sorria de novo. -ele parece... Emocionado.
— Você já me viu sorrir antes, e rir. -argumentei.
— Sim, mas nunca foram pra mim. -falou.
Eu pisquei algumas vezes, o encarando, era verdade, já ri e sorri para outras pessoas, quase todas as vezes forçadamente, mas, eu ri e sorri naturalmente para ele, eu queria rir, queria sorrir. Então, sorri para Dexter.
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A Última Cavaleira| Cavaleiros da Madrugada
FantasíaLayla Agreste, uma jovem leitora e garçonete durante o dia, e uma stripper em uma boate durante a noite, ela vive sua vida pacata e cheia de dores, sempre seguindo em frente, mas isso muda em uma noite, quase sendo vítima de estupro ela pensa que su...