LYRIC: O Caos do Coração

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Seremos tudo o que eu quero que sejamos. E a partir daí, quem sabe? Talvez esta seja a noite. Que nos beijaremos pela primeira vez. Ou será que sou só eu e minha imaginação?

 (Imagination – Shawn Mendes)

O trajeto de uma hora levou a gente para uma rua aberta e coberta de árvores, os pneus batiam de encontro as pedrinhas de vez em quando e quando Hunter adentra ainda mais eu consigo ver as casas se separando ainda mais uma das outras. Pisco confusa parando com os movimentos de batucar em minhas coxas nervosa e me inclino para frente

A viagem tinha sido carregada de silencio, não daqueles vergonhosos, mas do tipo pensativos. De vez em quando eu arriscava olhar de lado para Hunter, mas sua expressão ainda era a mesma, hesitante, focado, triste, distante.

Pego uma respiração quando o vejo estacionando em uma área limpa com um espaço gigante de contestável.... Nada. Olho para trás vendo a última casa a uma distância considerável e me viro para Hunter

- Sabe, esse é um bom lugar para enterrar um corpo – comento em tom medido e ele se vira para mim arqueando uma sobrancelha

- Sério que esse é o seu primeiro comentário?

- E qual deveria ser meu primeiro comentário? – aponto o dedo para o espaço vazio em julgamento – Nossa, que beco mais fofo?

Hunter bufa e desce do carro, olho abismada quando ele vem até o meu lado. Ele abre a porta ao meu lado e eu cruzo os braços me fazendo de difícil. Se ele queria me enterrar tinha que saber que eu lutaria, arranharia seu lindo rosto. Lindo não, ugh

- Não é um beco – ele diz e espera pacientemente. Suspiro cansada e me levanto despregando minha bunda grudar no banco como se em aviso, cuidado grude em mim para não ser morta, bem eu não o escutei

Minhas pernas estão bambas, oscilantes enquanto eu caminho ao lado de Hunter. Eu não estou conseguindo pensar com clareza o suficiente para montar esse quebra cabeça, então perguntas soltas giram em minha mente em círculos completos

Porque ele estava aqui?

Porque tinha invadido minha festinha particular e nem me deixou beber minhas margaritas?

Porque inferno ele demorou tanto para vir?

Eu sou uma idiota é claro

- Vê? – ele pergunta me tirando do devaneio e eu pisco franzindo a testa, afasto uma mecha de cabelo para trás e vejo o que ele está querendo

- São ruinas? – pergunto e me aproximo, era uma casa, enorme eu diria, e agora só o que tinha restado era pedaços de pau queimado, e objetos perdidos e enferrujados – O que aconteceu aqui?

- Eu queimei – ele responde simplesmente. Engulo em seco e me forço a não virar, bile vem em minha boca e eu puxo uma respiração – Não suportava saber que a casa estava inteira depois de tudo, então queimei

Fico em silencio absorvendo isso e sinto mais do que vejo quando Hunter vem para trás de mim, tomando uma distância segura

- Eu sei que provavelmente você já dever ter ideia do que aconteceu – ele fala baixinho e eu fecho os olhos aceitando o fato de que eu estava certa – Minha infância não foi boa

Uma lágrima escorre em minha bochecha e eu a deixo cair mesmo estando surpresa com o fato de que ainda tinha água em meu corpo

- Quero lhe contar tudo – ele continua e eu fungo abrindo os olhos e observando a grama que cresceu em volta da casa cobrindo tudo