Thomaz Rizzi.
A segunda queda veio através do dia em que perdi minha honra, transformando-me em um monstro que tinha ódio de ver ao encarar o espelho.
O que é um rei sem sua honra?
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Eu me irritava facilmente com as pessoas ao meu redor. Era paranóico e evidentemente perturbado, como todos diziam. Um adolescente que se comportava como um adulto, eles diziam. Um adolescente mais cruel que qualquer homem feito, eles diziam.
O que eles não diziam, afinal não sabiam, é que eu não havia sempre sido assim. Eles não sabiam que eu vomitava todas as vezes depois de torturar alguém; eles não sabiam eu não queria ser um monstro. Mas eu era e nem mesmo querendo poderia negar isso.
O centésimo assassinato ocorreu de forma arrastada, longa, tortuosa. Cem vezes; cem vezes que eu matei um ser humano. Em sua maioria homens cruéis, mas nem sempre. Alguns eram inocentes.
Inocentes como a mulher me encarando fixamente, olhos arregaldos, peito subindo e descendo rapidamente.
— Faça. — Meu pai disse com um sorriso presunçoso. — Faça ou eu machucarei sua mãe.
Era sempre a mesma coisa. Quando ele percebeu que não poderia mais me machucar, que eu era imune a dor e a tortura, ele passou a machucar minha mãe. No começo achei que era mentira, mas ele provou quando a surrou até que ela perdesse a consciência.
Eu olhei novamente para a menina encolhida na cama. Ela deveria ser um ou dois anos mais nova que eu; seus cabelos eram loiros e longos, sua pele branca como alabastro, seus olhos cinzentos carregados de pavor. Silenciosamente ela implorava por misericórdia, mas ela não teria misericórdia.
— Porque devo matar uma garota? — Perguntei com um tom desinteressado, como se achasse aquilo algo estúpido. Como se meu coração não estivesse acelerado no peito. Ela era inocente.
— Não, não. Ela é bonita demais para morrer. — Salvatore disse com sua risada nojenta. — Tome-a. O pai dela me deu ela para pagar suas dívidas de jogo. Virgem e intocada. Toda sua.
Eu senti vontade de vomitar quando compreendi suas palavras, o que ele estava me ordenando a fazer. Eu preferia ter que mata-la. Eu preferia qualquer coisa do que aquilo.
— Vamos lá, Thomaz. É um presente! Que homem não gostaria de foder uma virgem?
A garota soltou um soluço desesperado. Ela era pequena e delicada, mal tinha 1,60 de altura. Meu pai apontou para a câmera na parede frente para a cama.
— O que eu ver quando sair desse quarto, é o que estará entre sua mãe e a morte. — Ele avisou com um sorriso frio. — Divirta-se.
A sala de câmeras ficava no segundo andar da casa, ele teria que subir as escadas e atravessar o corredor, isso me dava precisos vinte segundos antes que ele estivesse me vigiando.
— Eu não quero machucar você. — Eu disse me aproximando até ficar de joelhos na frente dela e segurei suas mãos. — Mas eu não tenho outra escolha. Me ajude nisso para que você não sofra tanto.
— Eu não quero. — Ela disse com um soluço trepido. — Por favor, eu não tenho culpa.
— Qual seu nome?
— Alice. — Ela sussurrou.
— Meu nome é Thomaz. — Eu disse como se isso mudasse alguma coisa. — Quantos anos você tem?
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A Queda Do Rei: Segunda Geração - Livro 3.
Short Story• Esse é o terceiro livro da Segunda Geração e o sétimo livro da Saga Inevitável. Recomendo fortemente que leia os livros anteriores antes desse. • O que é um rei sem sua coroa? Thomaz Rizzi nasceu e foi criado para ser o próximo Capo da Cosa Nostr...