3. A Terceira Queda.

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Thomaz Rizzi, 
Dezessete anos. 



Peguei Samael e Samuel em meu colo, apoiando um de cada lado do meu quadril, e desci as escadas. Nosso pai estava fora, o que era algo bom, e eu os levei para passear nos jardins. Sam estava um pouco mais quente que o normal, mas minha mãe já não se importava tanto. Ela havia adoecido, entrado em depressão profunda. A única coisa que ouviamos dela eram seus gritos quando Salvatore entrava em seu quarto e a estuprava. Depois de um longo momento caminhando nos jardins, a febre de Samael aumentou e ele encostou a cabeça no meu ombro. 

— Me sinto mal, Maz. — Ele disse numa voz chorosa. Maz era meu apelido desde o dia em que ele percebeu que não sabia falar Thomaz. 

— Vamos resolver. — Garanti. 

Eu não tinha ideia do que dar a ele e tinha medo de procurar na internet algo e acabar fazendo mais mal do que bem, por isso, coloquei os gêmeos no banco de trás do carro e dirigi para o único lugar onde sabia que encontraria ajuda. No meio do caminho Samael começou a chorar e não parou nem mesmo quando Samuel o abraçou; eles eram lindos em seus três anos de idade, idênticos com seus cabelos escuros e olhos azuis, mas naquele dia a pele de Samael estava mais pálida do que a de Samuel. 

— Estamos chegando, Sam. — Tentei conforta-lo, mas ele só chorou mais, um choro sentido e magoado. Aquilo partiu meu coração. 

Estacionei o carro de frente para a mansão Vacchiano e desliguei o motor, rapidamente pegando Samael no colo e dando a mão para Samuel ao puxa-lo para a entrada. Suas perninhas ainda eram pequenas, mas ele correu ao meu lado. Eles gostavam de vir até a casa de Santiago, suas filhas trigêmeas tinham a mesma idade que eles. Bati na porta com o pé, sem poder soltar Samael porque ele estava doente e sem poder soltar a mão de Samuel porque ele iria destruir a casa.

— Olá, Thomaz! — A filha mais velha de Santiago abriu a porta. Ela tinha seis ou sete anos e sempre sorria quando me via. Eu gostava do fato daquela criança me ver como alguém que ela poderia ser gentil e agradável. 

— Olá, Carina. — Cumprimentei com um aceno de cabeça. — Sua mãe está? 

— Sim! — Ela sorriu imensamente, mostrando mais de suas sardas e bochechas gordas. Eu gostava dela pelo mesmo motivo que gostava dos meus irmãos, eles eram inocentes e alheios ao mundo. Aquela garota estava sorrindo para mim e abrindo a porta de sua casa sem saber quem estava recebendo; eu gostava de sua ignorância. — Mãe, Thomaz está aqui! 

— Senhor Rizzi, Carina! — Santiago ralhou entrando na sala com um sorriso. Ele era legal. Muito legal. Um pai de verdade, o pai que eu gostaria ser algum dia. — Thomaz, posso ajudar? 

— Mas você o chama de Thomaz! — Ela apontou cruzando os braços. Santiago balançou a cabeça exasperado. 

— Maz, posso brincar com as garotas? — Samuel perguntou tentando soltar minha mão. 

— Olaaaaaá. — As trigêmeas exclaram em unissono entrando na sala e Samael choramingou no meu peito. Soltei a mão de Samuel para segura-lo melhor. 

— Ele está doente… Carisma está em casa? — Perguntei com uma pontada de preocupação. 

— Está sim. — Santiago disse se aproximando e estendeu os braços para Sam. Ele se escondeu no meu pescoço. — Oh, Sam, você não quer vir com o tio? 

— Me sinto mal… — Ele disse choroso. 

— Certo, Sam. — Santiago acariciou a cabeça dele. — Tia Carisma vai cuidar de você. 

— O que meu precioso tem? — Carisma perguntou se aproximando de Sam com um sorriso materno. Quando Carisma estendeu os braços, Samael foi com ela. Talvez ele sentisse falta de uma figura materna, já que eu era o único a segura-lo nos últimos meses. — O que você está sentindo? 

A Queda Do Rei: Segunda Geração - Livro 3.Onde histórias criam vida. Descubra agora