— Mas o que são todas estas coisas? — olho boquiaberta para a pilha de caixas de presente que estavam amontoadas em pilhas em meu quarto e quase fazendo desaparecer as minhas próprias criadas.— São para a vossa alteza. Está sendo cortejada. — Amice diz, deixando uma caixa rosa com laço estrondoso cair ao chão. Ela sorri com os olhos castanhos brilhando e as bochechas rosadas em meio as sardas, e quase tropeça no próprio uniforme azul e branco.
— Quantas vezes tenho que ressaltar que me chamem apenas de Violetta? — chuto uma das caixas e gemo de dor ao sentir que ela era de madeira.
— Cuidado Vi! — diz Emily, a única de minhas criadas que conseguia me chamar por um apelido. Alguns pequenos cachos de seu cabelo caíam debaixo da touca que não possuía tamanho apropriado para o volume, e seus olhos possuíam os maiores cílios que eu já havia visto. Ela corre e me traz uma cadeira, segurando meus pés. — Os presentes chegaram hoje pela manhã. Não soubemos o que fazer com tantos, a rainha Cecília pediu que colocássemos todos aqui para que você tivesse uma surpresa.
— Eu realmente estou surpresa, e quem irá ficar ainda mais é a minha doce irmã. — bufo com raiva e sinto Emi retirar meus sapatos, trazendo rapidamente uma compressa com água quente que eu não fazia ideia de onde haviam arranjado. — Porque me mandaram tudo isso?
— Aparentemente, vossa alteza, os boatos sobre o tapa que deste na face do nobre George se espalharam pelo reino e todos agora decidiram que cortejá-la é um desafio. Como és a próxima princesa pela linha de nascimento com o dever de se casar, todos os príncipes, duques e condes de todas as terras vizinhas estão montando fila para ganharem vosso coração. — responde minha terceira criada, Gayna, que fazia o papel de governanta.
Ela era alta e possuía um corpo avantajado, o que segundo relatos dos criados, chamara atenção de muitos homens ao longo da sua vida, mas mesmo assim, ela nunca havia se casado. Sua personalidade mais fria e distante jamais deixara que ela se referisse a mim de forma espontânea.
— Como? — digo tão indignada que me levanto de uma vez da cadeira, sentindo a dor em meus pés. Emily me repreende e me coloca sentada novamente. — Agora eu sou algum tipo de troféu?
— Com todas essas joias de ouro, vossa alteza é o troféu mais caro da estação. — diz Rayana, segurando vários colares, brincos e pulseiras, e equilibrando uma pequena caixa dourada na enorme barriga. Era estranho pensar que a alguns anos atrás ela havia possuído um rápido namoro com Apolo, que nunca fora tão intenso por parte de nenhum dos dois. Rayana havia encontrado o homem da sua vida pouco tempo depois, e hoje, já possuía dois filhos e aguardava a espera do terceiro. — Homens são competitivos, quando algo se torna difícil para eles, ambos se tornam animais selvagens em luta livre para ver quem consegue a fêmea.
— Eu não sou uma fêmea no cio! — exclamo com raiva e lanço uma das caixas que estava vazia ao meu lado pela janela. — Todas vocês, peguem todas essas coisas e levem para as suas casas. Ray, venda as joias e compre algo para seus filhos, o resto distribua para os funcionários do castelo e o que sobrar levem para a comunidade.
— Ai! — um grito surge da direção da janela, e eu olho confusa para as minhas criadas.
Emily me ajuda a andar até lá, e eu abro a boca com a situação que se encontrava lá embaixo. Os presentes inundando meu quarto eram apenas um grão de areia em meio a todo o problema que havia se instaurado.
O jardim do castelo estava lotado.
Uma fila de príncipes carregavam, cada um, ramos das mais diversas e coloridas flores na mão. Apolo e Cecília olhavam desesperados um para o outro na porta de entrada do salão do castelo e mamãe já conversava com vários deles como se estivesse se decidindo a quem dar a minha mão.
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Irrefutável Sentimento
Lãng mạnSérie irmãs Beaumont- Livro 2 Violetta é a filha do meio das três princesas de Beaumont, sendo considerada a mais desapropriada para se portar diante de qualquer baile da sociedade, e de qualquer outra coisa que a fizesse parecer uma verdadeira prin...