Capítulo XXXII

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Ele estava morto.

Eu estava lá. Ele morreu. A minha mãe havia enfiado uma adaga em seu corpo depois que o desgraçado havia matado o meu pai. Eu o vi no chão. Eu vi o sangue. Mesmo depois que o seu corpo desapareceu, Apolo encontrou os restos dele em um rio. O anel era a prova. A porcaria do anel era a prova.

Tentei não cair no mesmo lugar enquanto ele me encarou de longe, segurando a mão da rainha. O olhar que ele me lançou me causou arrepios. Como se ele me reconhecesse.

Não podia ser ele.

Não era possível.

Corri de volta para dentro e procurei Andy pelo palácio. Encontrei ela limpando o salão e a puxei para o quarto dos servos, contando, sem fôlego, toda a história do meu tio e como eu possuía absoluta certeza de que ele havia voltado a vida.

— Isso... não é possível. — Andy arregalou os olhos.

— Você precisa acreditar em mim...

— Eu acredito. — ela segurou em minha mão.

— Só pode ser magia negra. Ninguém volta dos mortos, a não ser que ele não tenha morrido.

— Não importa que magia ele usou Andy, a pergunta é porque ele está aqui. Em Várzea. Porque ninguém o reconheceu. Christian se lembraria.

— O mesmo feitiço que o seu, selo da alma. Se é que ainda possui uma. Talvez um feitiço anule o outro, por isso você soube quem ele era quando o viu. Também deve servir ao oposto. Ele também sabe quem você é. Porque ele veio para Várzea?

— Poder. — respondi, entendendo todo o plano dele. — Por isso ele está cortejando a rainha. Se eles se casarem antes do príncipe completar o matrimônio com Grace ele se torna rei segundo as regras do reino. Eu não vou permitir. Não posso permitir.

— Isso não faz sentido. — ela ponderou, com prudência. — Porque ele iria querer ser rei só por pouco tempo? Quando o príncipe se casar, herdará a coroa...

— ...a não ser que não esteja vivo para se casar.— completei a frase dela, sentindo meu corpo estremecer.

— Iremos detê-lo. — Andy sacudiu meus ombros. — Nada de ruim vai acontecer. Você precisa avisar o príncipe.

— Eu não posso. Como irei avisá-lo sem contar como eu conheço Oliver? O feitiço não permite que eu diga quem sou. Ele não irá acreditar em uma meia informação.

— Então veremos outra alternativa, fique calma, pensaremos em algo. O príncipe sabe se defender.

Um barulho surgiu na porta do quarto, e Conan entrou por ela. Andy subiu na mesma viga. Respirei fundo.

— Andy, de novo não!

Quando escureceu, percebi que era o horário correto para eu entrar na biblioteca novamente e devolver o livro

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Quando escureceu, percebi que era o horário correto para eu entrar na biblioteca novamente e devolver o livro. Ele não me serviria para mais nada além de me lembrar que o meu destino já estava selado.

Irrefutável SentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora