CAPITULO XIV

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"Temer o amor é temer a vida, e os que temem a vida já estão meio mortos."

(Bertrand Russell)



**Capital Ethernia**

Ano de 2.210 dos novos Reis

Todos naquele imenso quarto estavam verdadeiramente estupefatos com aquelas revelações. Primeiro, o príncipe herdeiro estava realmente grávido, sé que isso era possível. As lendas sobre gestações masculinas não eram tão reais quanto eram nos tempos dos primeiros reis. Pois, naquele país, somente um homem tinha sido capaz de tão feito, e ele era Julian Petrova Micaelsus I, o primeiro Rei Sol daquela que seria a maior e mais longínqua dinastia de monarcas regidos pela sabedoria antiga.

O problema é que depois de Julian I, nenhum outro rei de Luciae, tinha conseguido controlar a força mística que vinha do sol.

A explicação, bem, poucos dentro da própria monarquia Luciaeana conhecia, mesmo os sábios e juízes de Tenebrae conheciam muito pouco sobre o legado dos Espíritos do Dia, conhecidos como filhos do Sol eterno.

Todos estavam ali, reunidos naquela imenso salão comunal, a espera de um grande aviso do Sacro-tribunal dos treze juízes de Tenebrae, autoridade máxima na justiça do Reino de Luciae, com poderes inclusive para depor o próprio rei e todo o seu Conselho Real de Ministros.

A imprensa do mundo estava ali, diplomatas de vários países, todos os Governadores Territoriais de Luciae e suas respectivas comitivas, todos curiosos e cheio de expectativas dados os boatos, que a dias circulavam dentro e fora do palácio. A corte estava em polvorosa com as recentes notícias.

O processo de seleção tinha sido estranhamente paralisado, algo que nunca tinha ocorrido na longa história de processos de seleção do reinado de Luciae.

- Mas o que está acontecendo aqui?! - Pergunta a Governadora de Autissía, um dos mais antigos territórios de Luciae.

- Eu não faço ideia do que está acontecendo... Mas, pelo que ouvi parece que o príncipe Julian está doente... ou coisa do tipo... - Comenta a Governadora de London, em tom de preocupação.

- Isso é um verdadeiro absurdo! Como pode uma coisa dessas?! Os juízes têm que fazer alguma coisa... Quer dizer... O rei Eduard não pode fazer isso assim! Afinal meu filho era um dos finalistas! - a fala revoltada vinha do governador do território de Arthória, governada pelos membros da antiga Casa dos Lockwoods.

- Vá com calma madame! Afinal um daqueles treze juízes, veio de seu Território! Por que então não falou com o seu juiz?! - Eis que o próprio Juiz da Corte, o Príncipe Claudius resolve aparecer na conversa.

- Vossa alteza real?! - o governador parecia surpreso e um tanto quanto envergonhado. Pois, o irmão mais novo de Eduard era da realeza, mas também um membro honorável da academia de sábios e praticantes da Sabedoria Antiga do Território de Tenebrae, além de ser um dos juízes mais novos a ser eleito para o Sacro-tribunal de Luciae.

- Não fique nervoso governador... Pois logo, tudo será devidamente esclarecido... - o tom de Claudius estava tomado de certo cuidado e nervosismo, já que mesmo para ele, a influência e o jogo político errado, poderia colocar tudo a perder.

- Oras, meu caro Príncipe Claudius, nem mesmo a realeza tem tanto poder para manter o Conselho de Governadores Reais no escuro! - comenta o governador de Cathória, o mais político e as vezes perigoso dos governadores reais.

A política interna de Luciae sempre fora muito complicada, a única coisa que mantinha aqueles territórios unidos eram as leis antigas, o forte senso de patriotismo dos súditos e claro, a proteção que vinha da coroa. Mas, ainda assim, certos protocolos deveriam ser cumpridos, certas regras deveriam ser perseguidas. Como a tradição secular da escolha do Rei ou Rainha Consorte do trono de Luciae.

O PRÍNCIPE E O GUARDIÃO®: Um Reino, um país e um destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora