Boyfriend 🎸 Chaesoo

Intro: As cortinas se abrem para Romeu e Julieta.

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07 de Janeiro de 2019 — KKJ Instituto Preparatório, Seul.

Jisoo chegou levemente atrasada. O motivo, como sempre, foi a indecisão e briguinhas de Nayeon, Jihyo e Lalisa — Mesmo que a Park não estivesse ali, conseguia alimentar o caos mesmo por telefone — e a péssima direção da Im, que resultou em uma batida na BMW azul bebê e a motocicleta de Yoo Jeongyeon. No final, o trio teve de pegar uma carona com Haein, que voltou somente para leva-las a um dos festivais que divulgavam as matrículas abertas da KKJ. Jisoo, como uma Kim e ele como um Kang-Jung, deviam estar lá para o discurso de Kibum, o diretor daquela Unidade bem como o tio de Jisoo. Contudo, ao chegar, a banda já havia voltado a tocar.

A Strawberry Riot era a banda mais conhecida do Colégio, além de ser bem popular nas redondezas entre os adolescentes e jovens adultos. Ela contava com 4 membros delinquentes: Jeon Jungkook— o único homem e o mais novo, que tocava bateria e tinha uma voz de anjos —, Minatozaki Sana — Uma japonesa pontinho rosa entre os góticos com cara fechada, que tocava teclado e também manda muito bem na dança e canto —, Kim Jennie — A prima de Jisoo, com um corpo de matar que toca baixo, tem um vozerão poderoso e ainda por cima é rapper — e Park Chaeyoung.

Ah, Park...

Jisoo sempre engolia em seco, sentia sua nuca suar e suas bochechas corarem ao olhar a líder dos rebeldes. Alta, loira, com o corpo musculoso na medida certa e quadris largos, ela era a "sapatão" mas popular de todo o preparatório, até mesmo entre os alunos já formados que faziam cursos e técnico no campus, todos suspiravam ao ver sua pele coberta de pintinhas de sol, tatuagens e roupas curtas e provocantes. Jisoo sempre se sentia nervosa ao redor de garotas bonitas, mas á alguns meses, Roseanne era aquela — Junto de uma sunbaenim amiga de seu irmão — que as vezes entravam nos pensamentos da Kim sem aviso prévio.

Não era sua culpa, era? Jisoo apenas se sentia nervosa e não podia evitar. E olha que ela havia tentado, e muito. Apesar de ser popular por ser herdeira de uma família tão rica e por sua beleza — Beleza essa que Jisoo não via — Jisoo ainda era tímida demais, e só andava com o mesmo grupinho, mesmo que falasse com outras pessoas, não era realmente amiga de muita gente. A Park é ainda mais antissocial do que ela, sempre vista com apenas sua banda, não dava atenção nem mesmo as muitas meninas que se jogavam em cima dela. Ainda assim que Chaeyoung fosse prima de uma de suas melhores amigas, era razoavelmente fácil a evitar, visto que a Park raramente estava em casa e quando estava, sempre ficava muito na sua. Não tinha nada contra ela. Nada realmente, visto que Chaeyoung era simpática consigo quando a via e sempre parecia brotar dos lugares para a ajudar, mesmo que em silêncio, apenas com um sorrisinho de comprimento. Era só que esses pensamentos não eram reconhecidos por Jisoo, que não gostava de pensar no jeito como seu corpo esquentava perto de si, não gostava de gostar das coisas que imaginava quando a roqueira cantava:

"Você vive se escondendo, garota, eu não consigo fingir
Não estou intimidada, só estou aqui para pecar
Se Eva não está no seu jardim, você sabe que pode

Me chamar quando quiser, me chamar quando precisar
Me chamar pela manhã, já estou a caminho
Me chame quando quiser, me chame quando precisar
Me chame pelo seu nome, já estou a caminho, tipo

Eu quero vender o que você está comprando
Eu quero sentir sua bunda no Havaí
Quero perder a noção do tempo de tanto foder e viajar
Gozar na sua boca"

E era ainda pior, porque não era a primeira e Jisoo sabia no fundo, que não seria a última. Havia desistido a tempos de orar para que isso saísse de seu coração. Convenceu-se de que aquela era sua tentação, seu veneno, aquilo seria o pecado com que teria que lidar para o resto de sua vida. Apertou o crucifixo enrolado em seu pulso, virando-se com um sorriso ao sentir as mãos que apertavam sua cintura. Haein.