ATO 2: Stigma

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"Eu tenho escondido isso, vou te contar uma coisa
Apenas para deixar enterrado, agora eu não consigo mais suportar isso
Por que eu não pude dizer naquela época?
Tenho me machucado, de qualquer maneira. Eu realmente não consigo suportar isso

Me desculpe, meu irmão
Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado
Você está me chamando de pecador? O que mais eu tenho que dizer?

Me desculpe, minha irmã
Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado
Então chore, por favor, seque meus olhos

Essa luz, essa luz, ilumine meus pecados
O sangue vermelho irreversível está fluíndo
Mais profundo, é como se estivesse morrendo todos os dias
Por favor, me deixe ser punido
Por favor, me perdoe pelos meus pecados"

Stigma — V (BTS)

Rosé sempre havia gostado de meninas

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Rosé sempre havia gostado de meninas. Sua vida inteira. Lembrava bem, em seus 7 aninhos, quando teve seu primeiro amor: Uma amiguinha da escola, que era a garota mais bonita e popular de sua turma. Seu nome era Marcelle, uma morena de olhos castanhos bem redondos e dentinhos pequenos. Seu cabelo cacheado era cheiroso Rosé corava sempre que ela contava sobre os selinhos que dava nos namoradinhos.

Claro, quando percebeu que estava sentindo mais do que deveria por uma menina, Park afundou aquilo em seu coraçãozinho. Ficou extremamente assustada por estar querendo beija-la como os meninos a beijavam, segurar sua mão e dividir os lanches no recreio.

Sabia que era errado, muito errado. E quanto mais ela foi crescendo, mais foi percebendo isso. Estava na bíblia, era o ensinamento de seus pais e de sua religião, era contra tudo o que ela fora ensinada a acreditar. Cada vez mais se enfiou em seu mundinho, nublada por essa percepção que sua própria existência era um pecado. Seu nascimento fora obra do inimigo, e ela era destinada ao pior dos pecados. Não sabia quando havia começado. Se foi quando começou a adorar barbie, ou a querer subir em árvores como os garotos. Será que ela deveria ter sido um garoto? Chaeyoungie não queria ser um garoto. Eles fediam e eram nojentos. Ela chorava e orava pedindo que Deus tirasse esses sentimentos de si. Tentava olhar para garotos do mesmo jeito que as outras meninas olhavam, mas não conseguia.

Simplesmente não conseguia.

Ela gostava das peles macias, coxas torneadas, mãos bonitas com unhas pintadas, gostava do cheiro do shampoo doce e de face delicadas, lábios gostosos e beijáveis, seios gostosos e bundas bem redondas. Suspirava ao ver as garotas de biquíni no verão, com suas peles bronzeadas e corpos cheios de curvas.

Conforme foi crescendo, sua raiva e dúvidas religiosas foram crescendo graças aos espancamentos constantes que sofria de seu pai. Era uma grande hipocrisia: Um homem que deixava a filha roxa, sangrando no chão a chegar a ponto de ter uma enfermeira em casa, quando as surras eram duras demais e Chaeyoung chegava a ficar desacordada no chão, orava e até pregava sobre amor na igreja. A empresa dos Park era uma das maiores em caridade, distribuição de bolsas estudantis e sempre doava para as igrejas e ongs. Ainda assim, Chayeon Park também apanhava e tinha uma cabeça tão fodidamente manipulada com uma psique tão próxima de um surto mental a qualquer momento, mal aparecendo no público. Jimin tornou-se cada vez mais parecido com uma parede, sem emoções ou sentimentos, apenas trabalhando em sua vingança em silêncio enquanto se forjava como o filho perfeito, a única escolha possível como o herdeiro de todo o patrimônio de sua família. Claro, Rosé não sabia disso, então seu irmão estar distante só a fez odiar ainda mais sua família fodida, seus hábitos fodidos e tudo que tinha a ver com eles.

Boyfriend 🎸 ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora