ATO 1 FINALE: Minhas lágrimas estão se tornando um mar.

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"Estou lentamente à sua deriva
As estrelas e planetas estão me chamando
Um bilhão de anos de distância
De você
Eu estou no meu caminho
Estou
Estou"

My tears are becoming a sea — M83

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Roseanne chorou por alguns minutos mais depois de ficar abraçada com Jisoo. Ali, era um pequeno lapso de quem ela realmente era, de todo o abuso constante e terrível que sofreu ao estar presa naquela família terrível. A Kim apenas beijava seu cabelo, acariciando a pele macia enquanto olhavam o filme juntas. 

Mas sua mente não estava nada quieta. 

Ela se perguntava como Rosé era tão bonita e quentinha se sua infância e adolescência havia sido tão dura. Se perguntava como sentia tanto sendo que só havia se envolvido com ela a quatro dias. Não era como se ela não havia a notado antes. Era impossível não a notar. A Deusa do Sol, com os raios dourados caindo como mechas e um sorriso que torcia seu estômago enquanto ria para seus amigos. Ela tinha olhos perfeitos, de um chocolate cremoso e a boca rosinha. A muito tempo havia notado sua clavícula aparente, suas tatuagens bonitas e a volta de seus seios, cintura e as pernas longas e grossas. Haviam até algumas sardas que ela teimava em esconder com maquiagem e tatuagens, mas Jisoo as achava perfeitas e fofas. 

E sua voz... Era como açúcar derretido. 

Roseanne era doce e intensa. Era impossível não colocar seus olhos nela. 

Mas... mas... porque havia doído tanto quando Rosé dizia aquelas coisas em francês, chorando? Porque ela sentia que havia uma gentileza e cuidado mais parecido com o jeito que Haein a tocava do que Mino, que fora seu primeiro beijo? 

Rosé não sentia nada romântico por si, claramente. Mas eram amigas... não eram?

Alta e bronzeada e jovem e adorável, a garota de Ipanema vai andando e quando ela passa, cada um por quem ela passa faz: Ah...—Jisoo virou, escutando sua loira cantar baixinho. Era um ritmo latino conhecido por ela, a voz de Frank Sinatra cantando em inglês e Rosé junto.— Quando ela anda, ela é como um samba que dança tranquilamente e tão suave balança quando ela passa, cada um por quem ela passa faz: Uh!

Rosé levantou, esticando a mão para a morena levantar consigo. Curiosa, ela levantou, tendo sua cintura abraçada pela outra.

Oh, mas eu a vejo tão tristemente... Como posso dizer a ela que a amo? Sim, eu daria meu coração com prazer, mas a cada dia, quando ela caminha para o mar, ela olha para a frente, não para mim...—Ela segurava os braços musculosos da Park com os seus, balançando de um lado para o outro. A cada frase proferida, seu coração disparava. A intensidade dos olhos cremosos... era quase como se... quase como se Rosé cantasse para ela.— Alta e bronzeada e jovem e adorável a garota de Ipanema vai andando e quando ela passa, eu sorrio, mas ela não vê, ela não vê...

— Que música é essa, Rosie?—perguntou, a voz meio trêmula.

Agora era em outra língua, uma que Jisoo não conhecia mas que Rosé falava num sotaque enrolado e adorável.

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça: É ela, menina, que vem e que passa,
num doce balanço a caminho do mar... Moça do corpo dourado, do Sol de Ipanema, o seu balançado parece um poema é a coisa mais linda que eu já vi passar...—Ela sorriu, beliscando o queixo de Jisoo com os lábios.— É a versão do Frank Sinatra de Garota de Ipanema, de Carlos Jobim, um artista brasileiro. Oh, mas eu a vejo tão tristemente... Oh, por que tudo é tão triste?

Boyfriend 🎸 ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora